Você sabe por que existe aumento dos preços e como as empresas projetam o valor ideal de um produto?
É comum que os consumidores percebam esse movimento de aumento dos preços ao fazerem compras no supermercado ao abastecerem o carro.
Combustível, alimentos e vestuário são exemplos de bens e serviços bastante comuns e que sempre geram oscilação e aumento dos preços.
Por que existe aumento de preços?
O aumento dos preços está relacionada à inflação. A inflação, por sua vez, é um termo da economia que se usa para designar o aumento geral dos preços na sociedade.
Ela representa a elevação no custo de vida tanto para consumidores quanto para empresas e é reflexo da desvalorização da moeda local.
A inflação se calcula pelos índices de preços, comumente chamados de índices de inflação. O IBGE produz dois dos mais importantes índices de preços, sendo eles, o IPCA, tido como o oficial pelo governo federal, e o INPC.
No entanto, são muitas os motivos que podem se tornar gatilhos para aumentar preços e desencadear inflação. Portanto, ela pode ter várias causas, sendo elas:
- Pressões de demanda;
- Pressões de custos;
- Inércia inflacionária;
- Expectativas de inflação.
Consequências da inflação
A inflação pode provocar um cenário de incerteza na economia, o que prejudica o crescimento econômico.
Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia. As pessoas e as firmas perdem a noção dos preços relativos. Sendo assim, fica difícil avaliar se algo está barato ou caro.
Além disso, a inflação afeta ainda mais as camadas mais pobres da população, pois essas têm menos acesso a instrumentos financeiros para se defender dela.
Por fim, a inflação mais alta também aumenta o custo da dívida pública. Isso porque as taxas de juros da dívida pública precisam compensar não só o efeito da inflação, mas também têm de incluir um prêmio de risco para compensar as incertezas associadas com a inflação mais alta.
O que é oferta e demanda?
Fatores como a oferta e demanda influenciam também no funcionamento do mercado. Por isso, é importante entender bem o conceito da lei da Oferta e Demanda. Primeiro, vale entender o que significa os dois elementos.
- Oferta: trata-se da quantidade de um produto disponível no mercado. A oferta é determinada por quem vende, assim tem influência direta n o preço deste produto no mercado, custo dos insumos e a tecnologia necessária para produzir;
- Demanda: é o quantitativo de consumidores interessados em comprar um determinado produto. Este, por sua vez, pode ser o gatilho para influenciar no aumento de preços.
Criados por Adam Smith, na economia clássica, estes conceitos econômicos garantem que o mercado continue funcionando, pois determinam preços e quantidade de produtos ofertados.
Essa teoria, também chamada de lei da oferta e da procura, indica que, caso haja mais produtos do que interessados em os comprar, os preços tendem a cair.
Por outro lado, se um produto estiver em falta, seu preço tende a aumentar. Esse movimento de aumento e queda de preços faria com que o mercado acabasse por alcançar um ponto de equilíbrio: quando a oferta igual está igual à demanda.
Vale ressaltar, no entanto, que este modelo funcionaria apenas em um mercado com concorrência perfeita, isto é, no qual existem muitos vendedores e muitos compradores
Na prática, quanto mais as pessoas ficam interessadas em um produto, mais as empresas tendem a aumentar seu valor, principalmente se o produto estiver relacionado a tecnologia.
Smartphones, notebooks, relógios tecnológicos, por exemplo, são alguns tipos de produtos que podem ter seu valor elevado devido a demanda.
Como se controla o aumento dos preços?
O controle da inflação, isto é, do aumento dos preços, passa por medidas de aperto fiscal e monetário. Dessa forma, os gastos públicos ficam mais baixos, os impostos mais elevados e os juros mais altos.
Em um cenário de curto prazo, essas atitudes ajudam a conter a demanda por bens e serviços. Como consequência, ocorre um impacto recessivo na economia.
Portanto, controlar a inflação tende a envolver sacrifícios no curto prazo, como, por exemplo, um menor crescimento econômico e desemprego mais alto.
Já a inflação alta no longo prazo reflete problemas fiscais. Nesse contexto, eles fazem com que o país recorra à impressão de moeda para fechar suas contas.
Então, para controlar a inflação, o governo precisa reduzir o financiamento através da emissão de moeda. Para tal, precisa ajustar suas finanças, cortando gastos ou aumentando impostos, de modo permanente.
Aumento arbitrário de preços
Crises podem elevar o valor de inúmeros produtos, sobretudo aqueles que as pessoas precisam diariamente, como é o caso do combustível.
Da mesma forma, greves podem fazer o valor de produtos como este aumentar devido à grande demanda e pouca oferta no mercado.
Por essa razão, muitos donos de negócios, pensando em lucrar com crises, tendem a fazer um aumento arbitrário de preços. No entanto, isso é abuso de poder econômico.
Um caso de abuso de poder econômico aconteceu durante a pandemia do coronavírus. O preço do álcool em gel elevou 70% do seu real valor após os primeiros registros da crise no Brasil.
Com a demanda elevada e a falta de produção do produto – devido ao fechamento de empresas e diminuição no quadro de funcionários -, a oferta do produto diminuiu. No entanto, a necessidade da população aumentou.
Desse modo, muitos empresários decidiram elevar os preços desse produto para suprir os custos com a pouca produção.
Contudo, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, é ilegal se aproveitar de situações de crises no País para realizar aumento dos preços em produtos. Entenda:
Código de Defesa do Consumidor
“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
- V – Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
- X – Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
Lei Federal nº 8.137/1990
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
II – Formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
- a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
Lei Federal nº 12.529/2011
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
- III – aumentar arbitrariamente os lucros.
Portanto, o aumento dos preços quando causa algum tipo de exploração, não pode ser aceito. O consumidor pode, então, denunciar a empresa ao Procon caso se sinta lesado pelo valor cobrado.
Por que há o aumento dos preços?
São muitos os motivos que podem se tornar gatilhos para aumentar preços e desencadear inflação, desde o desemprego e crises econômicas até pressões de custos e de demanda.
Como se controla o aumento dos preços?
O controle da inflação, isto é, do aumento dos preços, passa por medidas de aperto fiscal e monetário. Dessa forma, os gastos públicos ficam mais baixos, os impostos mais elevados e os juros mais altos.