Brexit: entenda de uma vez a saída do Reino Unido da União Europeia

Brexit

A saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) é um fator de grande relevância no cenário econômico global, especialmente para aqueles países que mantém contato com o Reino Unido.

O brexit funciona como um acordo que atua no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, mas para além disso, ele envolve o parlamento, a população e diversas implicações econômicas numa escala global.

O que é o Brexit?

A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) é apelidada de Brexit, o termo é provém da junção das palavras British (britânico) e exit (saída).

O que é União Europeia?

A União Europeia (EU) é um grupo formado por 28 países do continente europeu que praticam comércio entre si e facilitam o trânsito de sua população para trabalhar e morar em qualquer parte do território. A Grã-Bretanha se tornou parte da UE em 1973.

O que motivou a retirada do Reino Unido do bloco europeu?

brexit

No dia 23 de junho de 2016, os britânicos foram perguntados se o Reino Unido deveria permanecer ou deixar a UE.

Em votação 52% da população decidiu que o país deveria deixar o bloco. Desde então começou o processo de retirada, na qual foi agendada para o dia 29 de março de 2019.

O que aconteceu desde a decisão nas urnas?

Após isso, várias negociações foram feitas entre o Reino Unido e os outros países da UE. A grande complicação é de como seria essa retirada da ilha anglo-saxã.

A proposta apresentada pela ex-primeira-ministra Theresa May ficou conhecida como “acordo de retirada”. Ela levou ao Parlamento britânico um acordo que definem as regras para a saída, todavia sem êxito.

Do que se trata o acordo?

O Reino Unido deverá pagar uma multa à UE por quebrar o contrato de parceria: cerca de 39 bilhões de libras (R$ 191 bilhões);

Já em relação aos cidadãos britânicos que moram em outros países da Europa e os europeus que moram no Reino Unido: cidadãos europeus que já estejam no Reino Unido poderão manter os atuais direitos de residência e acesso a serviços públicos (o mesmo vale para os britânicos que moram em países da UE);

Sugere uma forma de evitar o retorno a uma fronteira fechada entre a Irlanda do Norte (considerada parte do Reino Unido) e a República da Irlanda (que é um país independente que faz parte da UE).

Depois de não conseguir aprovar um acordo, Theresa May renunciou ao cargo de primeira-ministra.

Um período de transição foi apoiado para permitir que Reino Unido e UE formulem um acordo comercial e para permitir que as empresas se organizem. Isso significa que, se o “acordo de retirada” for autorizado, não haveria qualquer mudança na situação atual até dezembro de 2020.

Outro documento foi elaborado de como será o futuro relacionamento entre Reino Unido e UE. Em uma ótica política, É apenas um conjunto de intenções para as futuras negociações.

Por que o Parlamento rejeitou o acordo?

O principal ponto de discórdia para muitos parlamentares conservadores e do Partido Unionista Democrático, um dos mais importantes na Irlanda do Norte, foi a questão relativa à fronteira com a República da Irlanda.

Atualmente, não há postos de fronteira, barreiras físicas ou verificações de pessoas ou mercadorias que cruzam de um país para outro.

O governo britânico teme que a restituição de pontos de checagens de passaportes e mercadorias na divisa entre os dois países – a chamada “fronteira dura” – traga à tona antigas tensões entre irlandeses e norte-irlandeses.

O acordo de paz de 1998 pôs fim a três décadas de conflito entre nacionalistas, que queriam a integração com a Irlanda, e unionistas, que queriam continuar fazendo parte do Reino Unido.

Está previsto no acordo um entendimento entre Londres e Bruxelas para não fixar uma fronteira dura após o Brexit. Mas isso só entraria em vigor se um acordo abrangente de livre comércio não fosse rapidamente firmado entre o Reino Unido e a UE.

Isso manteria o Reino Unido dentro da união aduaneira da UE e a Irlanda do Norte em conformidade com algumas regras do mercado único.

Assim, a Irlanda do Norte continuaria alinhada com algumas das normas do mercado único da União Europeia, algo que gera descontentamento em parte dos membros do Partido Conservador e do Partido Unionista Democrático.

Críticos dizem ainda que um status diferente para a Irlanda do Norte pode ameaçar a existência do Reino Unido e temem que esse recuo possa se tornar permanente. Mas os apoiadores dizem que é isso necessário para manter a paz na Irlanda do Norte.

Parlamentares pró-Brexit questionam se o acordo garantirá, de fato, a retomada do controle das fronteiras do território britânico

O que pode acontecer agora?

Com a aprovação da lei que barra um Brexit sem acordo com o bloco econômico, o estado atual das coisas na política britânica indica que deve haver uma prorrogação do debate em torno do acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia.

O texto aprovado pelos parlamentares determina que o atual primeiro-ministro, Boris Johnson, tem até metade de outubro para conseguir aprovar um acordo para a saída no parlamento inglês.

Se o prazo expirar, o líder britânico é obrigado a pedir ao bloco europeu uma postergação da data-limite atual para o Reino Unido sair.

Como alternativa, Johnson propôs uma nova eleição geral antes do prazo atual do Brexit, no fim de outubro, a fim de tentar garantir nas urnas uma maioria parlamentar que lhe dar força política para aprovar a saída em seus termos.

Mas o Partido Trabalhista, o principal opositor do primeiro-ministro conservador, rejeitou a proposta.

O que acontece se o Reino Unido deixar o bloco sem um acordo?

A princípio, isso significaria não haver um período de mudança ou transição.

Ou seja, após o Brexit, o Reino Unido cortaria todos os laços com a UE da noite para o dia.

A maioria dos economistas e empresários acreditam que a saída sem acordo levaria a danos econômicos, como por exemplo, uma recessão econômica.

Se o Reino Unido deixar a união alfandegária e o mercado único, a UE começará a realizar verificações nos produtos britânicos, e isto pode levar a atrasos nas importações e exportações.

Alguns temem que isso possa levar a empecilhos no tráfego, interrompendo as rotas de fornecimento.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, diz que seria um “desastre nacional” se o Reino Unido realizasse tal ação.

Mas alguns parlamentares defensores do Brexit minimizam o impacto e defendem uma ruptura clara com o bloco europeu. Afirmam que é difícil prever com precisão o que acontecerá ou que qualquer impacto econômico será pequeno e de curto prazo.

Diante de ocasiões em que o risco de uma saída abrupta parecia iminente, o governo chegou a preparar o país para essa hipótese mais radical.

Publicou, por exemplo, uma série de orientações que abordam vários assuntos relativos ao fato.

Boris Johnson tentou acalmar os ânimos anunciando um financiamento extra de 2,1 bilhões de libras para lidar com as consequências de um Brexit sem acordo.

Qual impacto do Brexit no Brasil?

No ano de 2018 o Brasil exportou US$ 2,98 bilhões para o Reino Unido e importou US$ 2,27 bilhões.v

Os produtos mais exportados foram: ouro, silício e soja. Com a retirada da UE, empresas dos setores agrícola e de minério seriam os principais afetados.

Com uma possível separação entre Londres e Bruxelas, a balança comercial do maior país da América do Sul pode ser afetada.

O pessimismo em torno da saída do Reino Unido da União Europeia está relacionado a um eventual aumento de custo e da burocracia em negócios com os países da ilha saxã.

Com o Brexit, empresários citam temores como a ampliação de gastos logísticos e alfandegários, maior carga tributária, entraves relacionados às exportações via Europa, exigências de novos certificados e imposição de barreiras tarifárias e não tarifárias.

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Arthur Dantas Lemos

Arthur Dantas Lemos

Especialista em Finanças Corporativas pela Fundação Getúlio Vargas. É formado pelo Programa de Profissionais do Mercado Financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo e pelo Programa CVM de Professores para Mercado de Capitais, Avaliador de Empresas pela NACVA - National Association of Certified Valuators and Analysts (EUA). Fundou a Empreender Dinheiro para democratizar o acesso à Educação Financeira de Alto Poder Transformacional e já impactou diretamente mais de 50.000 pessoas em suas soluções educacionais.

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