Existem tantas nomeações no mundo dos investimentos, que pode ser difícil entender o que cada coisa significa. Como no caso do call e put, muitos investidores podem ter escutado falar, mas também não terem entendido do que se trata.
Porém, ao conhecer os significados de ‘ferramentas’ como call e put, quem investe pode construir uma base de recursos maiores para entender e conseguir desenvolver boas estratégias de aplicações.
O que é call e put?
Antes de entender a função do call e put, é preciso primeiro entender o que são opções. As opções são direitos de compra ou venda que um investidor adquire sobre uma quantidade específica de ativos.
Assim, é possível negociar no mercado de opções sobre um preço, data e prazo pré-estabelecidos. Como o nome sugere, o comprador (titular) tem a opção de comprar (call) ou vender (put), o ativo da opção pelas condições ditas anteriormente.
Por sua vez, o vendedor (lançador), pode proporcionar ao comprador a opção ou tem o dever de vender ou comprar também pelas condições anteriores, caso o comprador opte por exercer ou não o seu direito.
Ou seja, quando se investe em opções, não se está aplicando diretamente no ativo, e sim no direito de compra ou venda sobre aquele determinado ativo.
Dessa forma, pode-se ou não exercer a opção, ficando a critério das partes envolvidas executar a ordem (caso seja vantajoso), ou simplesmente desistir do direito da opção.
Assim, “call” nada mais é do que a definição de compra e “put”, a definição de venda.
Um investidor pode exercer alguma dessas ações para especulação ou de hedge. Algumas situações são básicas nas classes de opções:
- Short call: venda de uma opção de compra;
- Long call:compra de uma opção de compra;
- Short put: venda de uma opção de venda;
- Long put: compra de uma opção de venda.
Como funciona o mercado de opções?
Para facilitar o entendimento, imagina a seguinte situação:
Um investidor (José) está querendo investir em um lote (100 unidades) das ações VALE3, no momento esses papéis estão sendo negociados a R$50 a unidade.
No entanto, no momento José não tem recursos financeiros disponíveis para realizar a aplicação e trazer essa empresa para a sua carteira de investimentos.
Diante da situação, o investidor José teria duas opções:
- Desistir de investir, devido a falta de recursos;
- Ir para o mercado de opções.
No mercado de opções
Escolhendo a segunda alternativa, José pode comprar opções que garantirão que, em uma data futura, José terá o direito de adquirir o lote de ações pelos mesmos R$50 a unidade.
Então, se a opção estiver com o valor de R$10, José pode adquirir o direito de compra das ações da VALE3 por R$10 a unidade. No final de tudo, chegando a data de execução da opção, José pagará por cada ação o valor de R$ 60 (R$ 50 da ação + R$ 10 da opção).
Porém, algumas pessoas podem se perguntar: “por que José gastaria R$ 60 no total e não R$ 50?”.
A resposta é que, em um futuro próximo, as ações da VALE3 poderiam sofrer valorização e ultrapassar o valor de R$ 60.
Assim, o investidor estaria perdendo dinheiro.
No entanto, se chegar a data de finalização da opção e as ações da VALE3, ao invés de valorizarem, se desvalorizarem e chegarem a R$40, por exemplo, José pode simplesmente desistir da opção.
Nesse caso, ele perderia apenas R$10 pela unidade da opção que comprou e, no final de tudo, a ação sairia por R$50, ou seja, R$40 da ação em si + R$10 da opção.
Mesmo que ele não tenha exercido o poder de compra, a opção já foi solicitada, então o valor referente é descontado.
Ou seja, o mercado de opções dá o direito de exercer a compra/venda, mas isso não é uma obrigação. Portanto, se o investidor notar um movimento desfavorável na execução da opção, é possível desistir e comprar as ações no mercado comum de renda variável.
Como identificar uma opção?
Para identificar uma opção, basta observar o código da ação. Se tratando de opções, são identificadas com 5 letras e numerais, assim:
- As 4 primeiras letras significam à ação que aquela opção está sendo direcionada;
- A 5º letra significa o mês de vencimento da opção referente;
- Os numerais ao final do código, indicam o valor do exercício da opção (strike).
Identificação dos meses segundo a tabela:
Call (Opção de compra) | Vencimento | Put (Opção de venda) |
A | Janeiro | M |
B | Fevereiro | N |
C | Março | O |
D | Abril | P |
E | Maio | Q |
F | Junho | R |
G | Julho | S |
H | Agosto | T |
I | Setembro | U |
J | Outubro | V |
K | Novembro | W |
L | Dezembro | X |
Por exemplo, uma opção da VALE, pode ser identificada por: VALEX20.
Significando: VALE (empresa), X (vencimento do put em dezembro), e 20 (o valor do exercício da opção.
Assim, para ajudar a entender os termos envolvidos no mercado de opções, tenha sempre em mente o minidicionário das opções.
Minidicionário das opções
- Strike: preço pago para exercer a opção;
- Ativo-objeto: ativo pelo qual a opção dá o direito de compra ou venda;
- Titular: quem compra a opção;
- Lançador: quem vende a opção;
- Prêmio: valor pago pela opção.
Vale a pena investir em opções?
Da mesma forma, como qualquer outro investimento, o mercado de opções possui suas prós e contras. Tudo cabe ao investidor por buscar e analisar se esse formato faz sentido na sua estratégia de composição e diversificação de portfólio.
Então, algumas vantagens são:
- Investir em qualquer tendência de mercado (alta ou baixa);
- Alternativa para estar diversificando a carteira;
- O valor das operações pode ser considerado menor se comparado a outas alternativas de aplicações.
Já, as desvantagens podem ser:
- Risco de liquidez;
- Possibilidade de perda referente ao preço do não exercício da opção;
- Alto índice de volatilidade.
Por fim, o call e put são apenas alguns dos fatores que influencia no entendimento do mercado de opções. Por isso, é imprescindível que o investidor esteja ciente e busque sempre compreender mais sobre as atividades dentro do mundo dos investimentos.
Através do mercado de opções é possível ter como vantagem a possibilidade de investir em qualquer tendência do mercado, sendo ela alta ou baixa, além de ser uma alternativa para diversificação de carteira.
Dentre as desvantagens do mercado de opções estão: o risco de liquidez e o alto índice de volatilidade.
Call relaciona-se com a definição de compra e “put”, a definição de venda.