Vale a pena fazer um consórcio para quitar financiamento?

consorcio para quitar financiamento

Comprar um segundo imóvel ou ter a casa própria é uma realidade buscada por muitos brasileiros. Especialmente pelo alto preço dos imóveis, algumas pessoas optam por fazer um financiamento, empréstimo ou até mesmo o consórcio para quitar financiamento.

No caso do consórcio para quitar financiamento: funciona por meio de uma negociação entre a administradora do consórcio, o consorciado(cliente) e a instituição financeira que concedeu o financiamento, claro, levando em consideração o valor do consórcio e o do financiamento.

Então, o consórcio para quitar financiamento é uma modalidade de dívida que se constitui pela realização de uma atividade de consórcio para pagar o já existe financiamento (crédito concedido por instituições financeiras).

É necessário lembrar que, para contrair empréstimos, solicitar um financiamento ou fazer um consórcio, é importante utilizar a educação financeira e fugir das dívidas com altos juros.

Quais diferenças entre o financiamento e consórcio e como eles funcionam?

O financiamento é uma prática de concessão de crédito (dinheiro) para pessoas físicas ou jurídicas em troca de um pagamento parcelado com acréscimo de juros sobre o valor requisitado.

Mas, como funciona o consórcio? Um consórcio se constitui pelos seguintes fatores:

  • Administradora: é a empresa responsável por fazer o consórcio. Ela administra o fundo coletivo e a entrada de membros, além de ser a instituição que irá conceder o valor requisitado quando houver a contemplação por sorteio ou lance;
  • Consorciado: é pessoa ou empresa que deseja fazer consórcio, seja de bens, imóveis, veículos e até mesmo viagens;
  • Parcelas: toda operação de consórcio se caracteriza pelo pagamento de parcelas para criação de um fundo coletivo. As parcelas são proporcionais ao valor do bem e tipo de consórcio;
  • Fundo coletivo: é criado a partir do pagamento mensal realizado por todos os membros presentes no consórcio;
  • Contemplação, sorteio e lance: é o momento em que o consorciado ganha o valor monetário requisitado. A contemplação atua por meio do sorteio (de forma aleatória) ou por lance (quem pagar mais no mês ganha).

A principal diferença entre o financiamento e consórcio é o tempo na aquisição do bem. No financiamento, o direito ao bem é concedido rapidamente. Porém, ele é mais burocrático na sua seleção e análise financeira por parte das instituições ou bancos.

Já no consórcio, é preciso esperar que se concretize o sorteio ou a contemplação por lance para que se possa adquirir o bem.

Além disso, o consórcio apresenta também encargos menores em comparação com o financiamento, principalmente pela ausência de IOF.

É possível pegar consórcio para pagar um financiamento?

Vale a pena fazer consórcio e quitar financiamento ou pegar um consórcio para pagar financiamento?

Existem diversos fatores que irão influenciar se o ato de quitar financiamento com consórcio vale a pena. Uma maneira é analisar o custo efetivo total da operação.

O custo efetivo total (CET) é o valor pago integralmente se somados todos os encargos, juros, taxas e parcelas do dinheiro ou crédito que será concedido. Ele deverá estar presente no contrato, juntamente com os temos e possibilidades quanto ao uso.

Contudo, quando a questão é utilizar consórcio para financiamento ou carta de crédito para quitação de financiamento é preciso saber:

  • Se a operação é permita: ela deve estar amparada no contrato de consórcio. Geralmente, se disponibiliza isso em termos escritos no contrário, assim, anunciando se é possível pagar financiamento com consórcio ou pela carta de crédito contemplada;
  • O valor da carta: é necessário saber se o valor da carta é igual ou maior ou igual ao valor do imóvel desejado. No caso de ser menor, é proibida a realização da operação;
  • É crucial saber as taxas ou encargos cobrados no consórcio: toda operação de consórcio tende a apresentar uma taxa administrativa destinada para as administradoras do fundo. Por isso, é preciso saber se o pagamento da taxa irá compensar.

Dessa forma, caso atinja todos os critérios, é possível quitar um financiamento com consórcio.

Contudo, apesar de se uma modalidade muito atraente pela sua isenção de IOF e até mesmo ausência de juros, fazer uma operação nesse nível requer alguns cuidados.

Quais cuidados na hora de fazer o consórcio, financiamento ou renegociar dívidas?

O consórcio, em comparação com as demais modalidades de compra, é um procedimento com burocracia diminuída, mas não necessariamente representa a melhor escolha.

Na hora de decidir entre fazer um financiamento, consórcio ou renegociar dívidas, é válido cogitar:

  • Portabilidade de crédito ou portabilidade de dívida: consiste em “trocar de lugar” uma dívida. Basicamente, se busca uma nova instituição que ofereça descontos ou isenção de taxas. Assim,o valor das parcelas e o custo efetivo total são barateados;
  • Renegociação das taxas de juros: é possível conversar com a própria instituição bancária sobre uma negociação das taxas cobradas, além de alertar sobre a possibilidade de mudança com a portabilidade;
  • Menor custo efetivo total na operação: quando estiver comparando entre as modalidades de compra, uma forma assertiva é a comparação entre o custo efetivo total de cada. Só assim, se saberá o valor que é menor e mais benéfico;
  • Investir o dinheiro em renda fixa ao invés de realizar nova dívida: os investimentos em renda fixa são seguros e com o dinheiro que se gastaria nessa nova dívida (consórcio), seria possível comprar fundos, títulos ou tesouros que permitirá o pagamento à vista.

Por fim, decidir entre fazer consórcio para quitar financiamento ou outras modalidades de compra, é algo que requer planejamento. Criar dívida para quitar uma pré-existente não é saudável, ainda mais quando as chances de superendividamento na modalidade são altas. Mais conteúdos? Inscreva-se no nosso Whatsapp.

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Arthur Dantas Lemos

Arthur Dantas Lemos

Especialista em Finanças Corporativas pela Fundação Getúlio Vargas. É formado pelo Programa de Profissionais do Mercado Financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo e pelo Programa CVM de Professores para Mercado de Capitais, Avaliador de Empresas pela NACVA - National Association of Certified Valuators and Analysts (EUA). Fundou a Empreender Dinheiro para democratizar o acesso à Educação Financeira de Alto Poder Transformacional e já impactou diretamente mais de 50.000 pessoas em suas soluções educacionais.

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