Só a palavra finanças já assusta muita gente, e isso acontece em grande parte por não existir proximidade com o termo. Essa aversão causada pelo desconhecimento pode acarretar grandes prejuízos.
De fato,o termo finanças é algo complexo. Não pela dificuldade de entendimento, mas pela diversidade de áreas que ele pode incluir. Por exemplo, aspectos pessoais, familiares, empresariais, jurídicos, públicos e até comportamentais.
Por isso, aprender finanças não é importante apenas para uma área da vida. Afinal, estamos lidando com o dinheiro diariamente. Nem sempre de forma direta, mas a todo momento vemos alguma relação com circunstâncias econômicas.
Afinal, o que são finanças?
No sentido literal da palavra, finança é a ciência de gerir dinheiro. Por isso, se educar financeiramente é um fator básico para uma boa relação com qualquer que seja a circunstância ou grau de urgência que exija a manipulação dos recursos econômicos.
Ou seja, as finanças se preocupam com o entendimento dos processos, do mercado, dos participantes e dos instrumentos necessários para promover a transferência de dinheiro entre partes.
São apenas algumas das diversas categorias que uma pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ), eventualmente, precisará tratar com os aspectos monetários.
Isso significa dizer que, se o indivíduo ou organização toma melhores decisões financeiras, existe um aumento considerável nas chances de otimizar a sua saúde econômica ou do seu negócio.
Quais são os tipos de finanças?
Existem diversos tipos de finanças, no entanto, é possível dividir as principais categorias em três partes: finanças empresariais (ou finanças corporativas), finanças pessoais e finanças públicas.
Quer dizer que, dentro desses grupos principais, existem subdivisões que atingem o cotidiano de todas as pessoas. E para melhorar a relação com o dinheiro, é essencial conhecer o que são e como funciona cada esfera.
Finanças empresariais (finanças corporativas)
O sucesso e a sustentabilidade financeira de um negócio não se restringe apenas ao volume de consumidores que são atingidos diariamente. Por exemplo, uma empresa pode alcançar um número relevante de vendas, mas ainda assim, não ter controle de caixa.
A ausência dessa função administrativa-financeira descontrola as movimentações financeiras do negócio, e o fluxo de caixa fica desregulado. Prejudicando até a noção de lucro no final do mês.
Esse desajuste nas finanças empresarias também pode impactar em outros tópicos corporativos:
- Não saber como inovar no mercado;
- Ter custos maiores que os lucros;
- Descontrole de estoque (em casos necessários);
- Problema de desenvolvimento do negócio.
Os problemas recorrentes, em alguns casos, levam ao fechamento da corporação. A situação de fechar um negócio (ou entrar em situação de Lay-off) que foi mal gerido economicamente, pode trazer dívidas para os aspectos pessoais e formar uma verdadeira bola de neve.
Como fazer a gestão de finanças empresariais?
Para não entrar em um círculo de dívidas, quem possui um negócio precisa aprender a fazer a gestão financeira de forma assertiva.
Em alguns casos, é importante também buscar a ajuda de um profissional da área.
Além do fluxo de caixa, outros exemplos das atividades envolvidas no gerenciamento de finanças corporativas são:
- Gestão de capital de giro;
- Custos fixos e custos variáveis;
- Aplicação e captação de recursos.
Para lidar com essas e outras ações necessárias na rotina de um negócio, é essencial saber se posicionar financeiramente, como:
Conhecer a saúde financeira da empresa
A ordenação geral de uma empresa não acontece apenas pelos processos que levam o produto ou serviço ao consumidor final. Existem outros fatores que influenciam em uma boa distribuição de recursos.
Por isso, conhecer a saúde financeira da empresa é importante até mesmo para possíveis investimentos que venham a trazer crescimento ao negócio.
Caso haja o desprendimento de recursos econômicos sem uma análise prévia, ao invés de aumentar, a organização pode contrair dívidas ruins que não trazem real valor para os bens já existentes e prejudicam a sua manutenção.
Elaborar um fundo de emergência
Situações de emergência podem acontecer em qualquer lugar e hora, por isso, é preciso estar prevenido. O fundo de emergência serve para precaver ocorrências que levem ao prejuízo econômico e funcional de uma empresa.
Em casos emergenciais, é comum que donos de negócio retirem dinheiro das finanças pessoais para suprir a carência corporativa. No entanto, esse é um erro que pode ser fatal para ambos os lados.
Não existe um valor específico para elaborar um fundo de emergência, inclusive, em alguns casos a base para urgências demanda pouca reserva de emergência.
Por exemplo, uma padaria que realiza vendas no cartão pode receber a cada 30 dias, em contrapartida, uma loja de eletrodomésticos que vende a prazo, recebe o valor da mercadoria de acordo com o passar dos meses.
Em ambas as situações é importante que haja a reserva. Mas para a padaria, o caixa necessário é mínimo, já para a loja de eletrodomésticos, é preciso suprir a exigência do tempo para o lucro real “aparecer” no fluxo econômico.
O ideal é fazer um diagnóstico com o auxílio de um profissional para entender quais são as reais necessidades do negócio e não correr maiores riscos.
Finanças públicas
Se toda pessoa física e jurídica precisa lidar com as finanças, com as atividades coletivas e governamentais não seria diferente.
Muitos se perguntam o que acontece com o dinheiro público e é nesse contexto que as finanças públicas entram. Esse campo abarca desde a captação, gestão e gasto da economia de local, desde a economia coletiva.
Alguns exemplos de relação com essas finanças são a aplicação e manutenção de recursos em educação, saúde e segurança. A partir dela, é possível realizar:
- Arrecadação de impostos;
- Gestão de dívida pública;
- Subsídios;
- Assistência social.
Finanças pessoais
Talvez uma das mais temidas modalidades de finanças seja a do âmbito pessoal. Muitas pessoas estimulam em si próprias a crença de que “só se vive uma vez” ou “posso morrer amanhã”.
Ambas as frases são verdadeiras, mas são constantemente utilizadas antes de acontecer uma situação que não é inteligente do ponto de vista financeiro. Acarretando em dívidas, dores de cabeça e a fala de “nunca mais faço isso”. Até o próximo salário cair na conta.
Por isso, é importante ter consciência de que ter uma educação financeira é fundamental para desenvolver ou manter uma qualidade de vida. Isso significa, aproveitar mais, ser mais feliz e, por consequência, ter menos problemas.
Como se educar financeiramente?
Gastar mais do que deveria por ansiedade ou por simples hábito de realizar compras por impulso, não é uma realidade distante da maioria dos brasileiros. Em função disso, é pertinente se reeducar financeiramente.
Alguns passos importantes para construir uma nova educação financeira:
- Saber quanto se ganha por mês;
- Conhecer quais são os custos fixos e variáveis;
- Poupar e investir;
- Ter uma reserva de emergência.
Desenvolver a consciência e a auto responsabilidade sobre aspectos econômicos é outro fator importante para ter uma vida financeira sustentável.
Afinal, viver bem não significa contrair dívidas ruins e se educar financeiramente não significa abdicar de experiências, compras e afins.
É importante ressaltar que uma atitude não anula a outra, pelo contrário, se educar financeiramente permite uma relação melhor com o dinheiro.
As finanças são importantes não apenas para saber o quanto se ganha e o quanto se gasta. Mas para saber também como se gasta, e a partir disso, encontrar maneiras inteligentes de utilizar o dinheiro.