IFCN: saiba como funciona o índice financeiro da B3!

IFCN

No momento de selecionar uma aplicação a ser feita, muitos investidores costumam fundamentar suas decisões com o auxílio de índices que indicam o desempenho das ações no mercado, um desses indicadores é o IFCN.

O IFCN, também conhecido como Índice Financeiro, é um dos maiores indicadores setoriais da bolsa de valores brasileira, a B3.

Portanto, pode ser vantajoso para o investidor entender como esse índice funciona e com quais objetivos ele pode ser utilizado.

O que é o IFCN?

O IFCN (Índice Financeiro), ou Índice BM&FBOVESPA Financeiro, é o indicador que opera medindo o comportamento médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do setor financeiro na bolsa de valores brasileira.

Esse índice é o resultado de uma carteira teórica de ativos e tem como finalidade medir a performance das ações das empresas mais representativas e com a melhor liquidez do setor financeiro da B3

Além disso, o IFCN é um índice de retorno total, ou seja, ele procura refletir não só as oscilações nos valores dos ativos que compõem o índice, como também a valorização do ativo, bem como a distribuição de dividendos.

Desse modo, o índice de retorno total demonstra o impacto que a distribuição de dividendos por parte das empresas emissoras desses ativos teria no retorno do índice.

Setor Financeiro da bolsa de valores

O setor financeiro da B3 trata-se de um dos setores presentes na bolsa de valores brasileira. Os setores da bolsa são os grupos em que cada empresa listada na Bolsa de Valores Brasileira se encaixa. Ou seja, é a classificação das empresas conforme critérios determinados pela B3. 

A avaliação realizada pela B3 trata-se da análise dos produtos e seus usos ou serviços prestados por cada companhia. Porém, é importante destacar que são levados em consideração somente os produtos e serviços que geram mais faturamento para as companhias.

Assim, esses setores classificam os tipos de investimentos possíveis na bolsa, como por exemplo, aplicações na área de bens industriais ou de tecnologia da informação.

No setor financeiro estão presentes instituições como bancos, seguradoras e corretoras. As categorias do setor financeiro são as seguintes:

  • Exploração de Imóveis;
  • Holdings Diversificadas;
  • Intermediários Financeiros;
  • Previdência e Seguros;
  • Securitizadoras de Recebíveis;
  • Serviços Financeiros Diversos.

Esse setor é o que mais contribui com o índice Bovespa. 

O índice Bovespa, ou Ibovespa, é um indicador utilizado para demonstrar o desempenho de ações negociadas na B3. Ele pode ser semelhante ao índice financeiro, no entanto, apresenta uma diferença que merece ser destacada.

Qual a diferença entre o Índice Financeiro e o Índice Bovespa?

Basicamente, o Ibovespa atua do mesmo modo que o Índice Financeiro. Isso significa que os dois índices funcionam como uma carteira teórica de ativos composta pelas empresas de maior liquidez e negociabilidade da B3. 

Assim, os dois indicadores servem como um termômetro do comportamento médio dos ativos mais negociados no mercado brasileiro.

Contudo, o IFCN é limitado a análise sobre os ativos do setor financeiro na B3, enquanto o Ibovespa é mais abrangente e engloba diversos setores da bolsa. 

IFCN e renda variável

Ademais, o IFCN é considerado como indicador de referência para as aplicações em renda variável.

O investimento em renda variável atua como um tipo de investimento cuja remuneração não se mede quando se aplica, isto é, sua rentabilidade é imprevisível pois varia conforme as oscilações e tendências de mercado. 

Nessas aplicações, é muito comum o uso de índices que podem auxiliar o investidor a analisar o mercado, bem como a fundamentar suas decisões com base nos dados fornecidos pelos indicadores, o IFCN é um deles.

Composição da carteira do IFCN

O Índice BM&FBOVESPA Financeiro é composto por ações e units de ações presentes nas categorias de Intermediários Financeiros, Previdência e Seguros e Serviços Financeiros Diversos. 

As units, também conhecidas como certificado de depósito de ações, são ativos compostos por diferentes classes de valores mobiliários. As units podem ser constituídas por ações ordinárias (ON), bem como por ações preferenciais (PN) e bônus de subscrição.

Assim, os ativos elegíveis para constituir a carteira do IFCN são exclusivamente de empresas listadas na B3.

Alguns exemplos das ações que compõem o IFCN:

Os critérios de inclusão dessas ações e units no Índice Financeiro são os seguintes:

  • Pertencer aos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos, previdência e seguros;
  • O ativo deve estar entre os 99% mais negociados durante o período das 3 carteiras anteriores;
  • Possuir presença em pregão de 95% desde o início da negociação e no período de vigência das 3 carteiras anteriores;
  • Não ser classificado como ativo penny stock, ou seja, não pode demonstrar uma cotação inferior a R$ 1.

Ademais, é válido destacar que não participam desse índice os BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, assim como empresas em regime especial de administração temporária e intervenção.

Como o IFCN é calculado?

O IFCN é calculado em tempo real. Isso quer dizer que ele considera os preços das ações de sua carteira de modo instantâneo. 

Dessa maneira, o Índice Financeiro leva em conta os valores de todos os negócios efetuados na bolsa de valores atrelados às ações que compõem a carteira de ativos deste indicador.

Como investir no IFCN?

Primeiramente, é preciso compreender que o IFCN não é um ativo que pode ser negociado diretamente na bolsa de valores. 

Ele trata-se de um indicador e, desse modo, pode ser utilizado para potencializar os rendimentos por meio da entrega de dados sobre as variações nos preços dos ativos presentes no mercado. 

Existem duas maneiras de investir utilizando o Índice Financeiro, são elas:

  • Comprar separadamente as ações que compõem o IFCN;
  • Comprar um ETF que tenha como referência o IFCN.

Na primeira opção, o investidor compraria os papéis que integram o índice de acordo com a proporcionalidade de cada um deles na carteira teórica do IFCN. No entanto, essa pode ser uma operação trabalhosa para os investidores que buscam por praticidade.

Para isso, a segunda alternativa pode ser mais interessante. Nela, o investidor adquire um ETF (Exchange Traded Fund), ou Fundo de Índice, que replica a rentabilidade do IFCN. 

Desse modo, tanto a compra quanto a atualização da carteira do índice ficam a cargo de um gestor especializado Esse gestor administra o fundo com objetivo de fazer com que ele corresponda de maneira mais semelhante possível ao índice referido.

Um exemplo de ETF que espelha o Índice Financeiro é o FIND11. 

O FIND11 tem sua performance diretamente atrelada ao desempenho dos ativos de bancos e seguradoras da bolsa brasileira, ou seja, de instituições presentes no setor financeiro da B3.

Vale a pena investir no IFCN?

A princípio, essa é uma decisão que precisa ser analisada pelo investidor conforme seus objetivos e plano monetário a curto, médio e longo prazo. 

O Índice Financeiro pode ser útil para avaliar as movimentações na bolsa de valores das ações mais importantes incluídas no setor financeiro. Dessa maneira, pode ser interessante para o investidor que deseja aplicar em renda variável e acredite ser vantajoso optar pelos ativos atrelados a esse setor.

Mais uma vez, o investidor deve fazer essa avaliação de acordo com o seu perfil de investimentos. Assim, será possível reconhecer se o IFCN é um índice capaz de potencializar os seus rendimentos.

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Arthur Dantas Lemos

Arthur Dantas Lemos

Especialista em Finanças Corporativas pela Fundação Getúlio Vargas. É formado pelo Programa de Profissionais do Mercado Financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo e pelo Programa CVM de Professores para Mercado de Capitais, Avaliador de Empresas pela NACVA - National Association of Certified Valuators and Analysts (EUA). Fundou a Empreender Dinheiro para democratizar o acesso à Educação Financeira de Alto Poder Transformacional e já impactou diretamente mais de 50.000 pessoas em suas soluções educacionais.

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