Ter dívidas nunca é positivo. Entretanto, usando o índice de endividamento, você pode ter uma visão ampla de como suas pendências financeiras vêm comprometendo a sua educação financeira e o seu orçamento doméstico, por exemplo.
Portanto, para quem precisa se organizar e planejar financeiramente, um bom primeiro passo é estar atento ao seu índice de endividamento pessoal.
O que é o índice de endividamento pessoal?
O índice de endividamento pessoal, ou no inglês “debt to equity ratio”, é uma métrica usada para quantificar a parte do seu orçamento pessoal que está comprometida por dívidas.
Quanto maior o valor desse índice, mais do seu orçamento estará sendo consumido apenas por dívidas.
Portanto, ao calculá-lo, você vai conseguir ter uma noção do seu grau de endividamento, e assim, desenvolver estratégias para diminuí-lo.
Além do índice de endividamento, existem diversos outros índices que demonstram o impacto das dívidas na saúde financeira da pessoa ou da empresa.
Como calcular o índice de endividamento pessoal?
Para saber como calcular o índice de endividamento pessoal não é necessário uma matemática avançada.
A fórmula do índice de endividamento pessoal é: a razão entre as dívidas mensais e as receitas mensais multiplicado por 100 e o resultado é demonstrado em porcentagem.
Índice de endividamento pessoal = Dívidas mensais (passivo) / Receita em mensal (ativo) x 100
No campo das dívidas pessoais, devem ser somados todos tipos de compromissos financeiros do mês, como:
- Dívida do cartão de crédito;
- Empréstimos;
- Financiamentos;
- Aluguéis;
- Impostos;
- Contas;
- Entre outros custos previstos.
Por outro lado, no campo das receitas, deverão ser somados:
- Recebimentos fixos;
- Qualquer tipo de benefício extra;
- Rendimentos de investimentos;
- Pensões;
- Outras formas de recebimento.
Exemplo de cálculo do índice de endividamento pessoal
Para entender melhor esse cálculo, suponha a seguinte situação:
José tem as seguintes obrigações financeiras (dívidas), previstas para o próximo mês:
- Fatura do cartão de crédito: R$ 300,00;
- Prestação do carro: R$500,00;
- Aluguel do apartamento: R$800,00;
- Outros: R$500,00.
Portanto, as dívidas mensais de José serão de R$2.100,00
Entretanto, no lado das receitas, para o mesmo mês, José irá receber:
- Salário: R$3.000,00;
- Benefícios: R$1.000,00;
- Outros: R$1.500,00.
Então, a receita de José para este mês será de R$5.500,00
Ou seja, o índice de endividamento de José será 2.100 dividido por 5.500. Isso resultará em um índice de endividamento de, aproximadamente, 38%.
Interpretação do índice pessoal de dívidas
No caso de José, 38% de sua receita está sendo comprometida por dívidas. Da para notar que ele já ultrapassou o limite de tolerância de endividamento.
A avaliação do índice pode diferir, dependendo do profissional que a esteja analisando.
Entretanto, existem algumas considerações que são praticamente unânimes para determinados valores do índice de endividamento pessoal. São elas:
- Índices de até 30%: Essa ainda é uma dívida administrável, mas é muito importante não deixar esse valor crescer e quitar as dívidas;
- Índices de 30% a 35%: O primeiro passo para quem tem esse nível de endividamento é levar as dívidas para um patamar administrável;
- Índices de 35% a 40%: Essa situação já é de alto risco. Se, neste momento, não houver uma ação reducional da dívida, a pessoa correrá grandes riscos de inadimplência;
- Acima de 40%: Esse nível é mais que alarmante. Com quase metade da sua renda sendo destinada a dívidas, é praticamente impossível quitar as obrigações financeiras. Nesses casos, a pessoa já perdeu o controle de suas finanças, e provavelmente entrará num efeito bola de neve.
Independentemente do nível de endividamento, o recomendado sempre será priorizar a quitação e avaliação das dívidas.
Para uma pessoa como José, que tem 38% da sua renda comprometida por dívidas, se livrar delas, representaria um enorme conforto financeiro e uma possibilidade de começar a poupar e investir.
Por fim, vale a pena relembrar que o índice de endividamento pessoal é um ótimo recurso de administração financeira. Quem tem dívidas e não vê a hora de se livrar delas para começar a se organizar financeiramente, deve começar a sempre analisar e atualizar esse indicador pessoal.