A inflação é um dos fenômenos da economia mais comentados em noticiários e na mídia jornalística em geral.
No entanto, é importante que você entenda realmente o que é a inflação e como ela afeta o seu consumo e seus investimentos.
O que é a inflação?
A inflação é o aumento geral dos preços dos bens e serviços e é medida através de diversos índices de preços.
Esse aumento dos preços reduz o poder de compra do consumidor, considerando que a sua renda se manteve constante ou teve um aumento inferior aos preços dos bens e serviços.
Além disso, a inflação também pode tornar alguns investimentos desinteressantes.
Se você investir em alguma aplicação de renda fixa que vem sendo corrigida por uma taxa inferior à inflação do período, na prática, também, estará perdendo poder de compra.
Por isso, é indispensável que o investidor saiba como acompanhar a inflação para, dessa maneira, tomar boas decisões de investimentos e garantir uma rentabilidade real.
Principais índices de inflação
A melhor forma de acompanhar a inflação é analisando periodicamente os principais índices de inflação.
Cada índice tem um foco diferente, normalmente variando por setor econômico ou nível de renda dos consumidores, por exemplo.
Entre os principais índices, estão:
- IPCA;
- IGP-M;
- INCC.
IPCA
O IPCA é o índice de inflação mais importante para os investidores.
Isto porque existe um investimento muito popular que é referenciado por esse índice: o Tesouro IPCA.
Por possuir essa característica, esse título do tesouro garante rentabilidade real para o investidor.
Além disso, esse índice também é usado pelo Banco Central para a definição da SELIC.
Esse índice é calculado pelo IBGE, levando em consideração famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos das principais regiões metropolitanas do país.
IGP-M
O IGP-M (Índice Geral dos Preços – Mercado) é calculado pela FGV, e ele usa como base outros 3 índices.
- 60% IPA
- 30% IPC
- 10% INCC
Esse índice é comumente usado para corrigir operações financeiras, alguns títulos públicos, algumas contas, como a de aluguel, por exemplo.
Entretanto, para o mundo dos investimentos, esse índice pode ser menos comum do que o IPCA.
INCC
O INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) é específico para a áreas de construção, comumente usado pelo setor imobiliário.
Ele é calculado pela FGV, e leva em consideração a alteração dos preços dos materiais e mão de obra de construção, por exemplo.
Para investimentos em ativos imobiliários, o acompanhamento deste índice pode ser relevante para analisar.
Como a inflação afeta seus investimentos?
Os efeitos da inflação,para a economia como um todo, são inúmeros, tendo impactos tanto para o consumidor individual como para o estado.
Entretanto, quanto se trata de investimentos, o efeito inflacionário é responsável por diminuir o ganho real da pessoa que aplicou seus recursos.
Para entender esse efeito, é necessário entender bem o conceito de inflação e poder de compra.
Por exemplo, imagine que você tem R$1 mil guardados hoje para comprar uma mesa. Hoje, a mesa custa R$1 mil e daqui a 5 anos, considerando apenas o efeito da inflação, poderá estar custando R$1,2 mil.
Se você aplicar seus recursos hoje e daqui a 5 anos obter um valor acima de R$1,2 mil, seu investimento terá gerado um rentabilidade real, ou seja, acima da inflação.
Caso sua aplicação gere um rendimento exatamente igual a R$1,2 mil, a compra da mesa hoje ou daqui a 5 anos são financeiramente iguais, já que seu recurso foi apenas corrigido pela inflação.
E, caso você aplique esses recursos em algum título que, após 5 anos, valerá menos que R$1,2 mil, seu poder de compra terá diminuído.
Em épocas de descontrole inflacionário, o último caso é bastante comum.
Quando a inflação está muito alta, fica mais difícil garantir uma rentabilidade que supere ou, pelo menos, iguale-se a ela.
Nos anos 80 até meados dos anos 90, a inflação do Brasil era alta e oscilante.
Hoje em dia, a realidade pode ser diferente, mas não existe nenhuma garantia de que, ao longo dos anos, nós não passaremos por outra situação como essa novamente.
Portanto, é extremamente importante que os investidores entendam como proteger seus recursos e seus investimentos de longo prazo do efeito da inflação.
Então qual é a melhor estratégia para proteger os investimentos da inflação?
Como proteger investimentos da inflação?
A resposta é, normalmente, escolher investimentos atrelados a algum índice de preços.
Esse tipo de investimento garante rentabilidade real, ao menos corrigida pela inflação.
Claro, você não deve aplicar todo seus recursos em investimentos atrelados à inflação, já que a inflação vem sendo controlada e é possível encontrar outros investimentos mais interessantes.
Portanto, é interessante construir uma carteira de investimentos segura, mas com grande capacidade de valorização.
Entretanto, desestabilidades políticas e más decisões econômicas podem colocar esse controle em risco. E, com certeza, você não vai arriscar todas as suas economias, certo?
Portanto, uma boa estratégia para o longo prazo é dividir seus investimentos na proporção que mais fizer sentido para você, entre aplicações atreladas à inflação e outras com grande potencial de rentabilidade.
Além do Tesouro Direto IPCA listado anteriormente como investimento ligado à inflação, é possível encontrar LCIs e LCAs atrelados ao IPCA ou IGP-M.
Dessa forma, é possível garantir que uma parte do seu patrimônio será corrigido monetariamente.
A parte do seu recurso que focará em uma rentabilidade maior exigirá bastante estudo e análise de investimentos de renda variável.
Quando variáveis, essas aplicações não são atreladas à nenhuma taxa ou índice, mas podem trazer retornos muito mais atrativos que aplicações de renda fixa.
Quem está investindo não quer estar amanhã na mesma situação que já está hoje. Por isso que, normalmente, são necessários rendimentos maiores que a inflação.
Logo, o investidor deve, de acordo com a sua condição e necessidade financeira, criar uma carteira segura, garantindo a correção monetária e buscando a maior rentabilidade possível com investimentos de renda variável.
Por fim, é importante destacar o papel da inflação nas decisões financeiras dos consumidor e do investidor, que devem sempre estar atentos à economia para garantir as melhores escolhas para o seu próprio bolso.