A macroeconomia, sem dúvidas, é um dos campos do estudo econômico que mais podem auxiliar o investidor a tomar boas decisões de investimento.
Portanto, quem quer tomar boas decisões no mercado de capitais deve entender a macroeconomia, além de fazer uma análise microeconômica das empresas.
O que é a macroeconomia?
Sempre que você pensar em macroeconomia deve sempre se lembrar da palavra “agregado”.
A macroeconomia funciona como um verdadeiro agregado econômico, que analisa o mercado a partir dos fatores em conjunto.
Por exemplo, um dos principais indicadores da macroeconomia é o PIB, que funciona exatamente como um agregado do que foi produzido pelas pessoas e negócios de um país.
O fato de analisar uma conjuntura agregada, possibilita a macroeconomia a trazer conclusões importantes sobre decisões econômicas de agentes, como o governo, por exemplo.
Ao invés de focar em mercados e negócios individuais, como a microeconomia, a macroeconomia busca considerar agentes representativos para os seus estudos, que englobam o conjunto de firmas, consumidores, entre outros agentes econômicos.
Objetivo da macroeconomia
Esse olhar agregado, possibilita que a macroeconomia estude as decisões econômicas e seus impactos nas economias.
Portanto, pode ser considerado o objetivo da macroeconomia estudar questões globais, como:
- Nível de desemprego;
- Variação nos preços dos produtos e serviços;
- Crescimento econômico de uma região ou país;
- Distribuição de renda e de agentes econômicos.
Por exemplo, com o auxílio da macroeconomia, é possível estudar como uma redução na taxa Selic pode impactar no crescimento do PIB do Brasil.
Além disso, o estudo é importante para avaliar os efeitos das principais políticas macroeconômicas, que são:
- Política fiscal: utiliza os gastos do governos e os impostos como instrumento macroeconômico;
- Política monetária: utiliza os juros, crédito e quantidade de moeda em circulação para controlar a inflação e liquidez da economia;
- Política cambial: como o nome já diz, utiliza a taxa de câmbio como instrumento macroeconômico.
Conhecimentos como esses são extremamente importantes para que o investidor possa tomar decisões ainda mais fundamentadas.
Quais são os principais indicadores macroeconômicos?
Então você pode estar se perguntando: “qual o primeiro passo para começar a entender a macroeconomia e utilizar isso para os meus investimentos?”.
Na visão do investidor, sem dúvidas, um dos pontos mais importantes é conhecer os principais indicadores macroeconômicos e como cada um deles impacta a economia e, por consequência, os investimentos.
- PIB;
- Inflação;
- Taxa de juros;
- Desemprego.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de fluxo de produção de um país ou região, agregando em valores monetários tudo que foi produzido em determinado período de tempo, normalmente em um ano.
Portanto, comparando este indicador entre anos, é possível ver qual foi o aumento (diminuição) na produção e renda do país.
O PIB pode ser analisado sobre 2 perspectivas:
- PIB nominal: calcula o PIB com base nos preços correntes da economia do país;
- PIB real: calcula o PIB em relação aos preços de um ano base determinado. Demostra o valor em termos reais, corrigido pela inflação.
Existem várias formas de calcular o PIB, mas a mais comum é sobre a ótica da despesa.
PIB = Gastos do governo + Consumo + Investimento + Exportação Líquida
Inflação
A inflação é o aumento dos preços como um todo em uma economia.
Medir este indicador é essencial para uma análise macroeconômico, já que a variação nos preços afeta diretamente nas decisões do agentes.
Uma das principais responsabilidades das autoridades monetárias é controlar a inflação do país.
Já que, com altas inflações, crescimentos no PIB podem ser corroídos pelo aumento nos preços.
Existem vários índices de inflação. Entre os principais, estão:
- IPCA;
- IGP-M;
- INCC;
- IPA.
Taxa de juros
Quando falamos de taxa de juros no Brasil, você deve pensar instantaneamente na Selic, que é a taxa básica de juros da nossa economia.
A Selic é o principal instrumento de política macroeconômica do Banco Central, sendo responsável pelo controle de inflação.
Além disso, ela influência todas as taxas de juros do país. Por exemplo, quando há uma redução na Selic, os bancos tendem a reduzir os juros para os consumidores.
O banco central opera no mercado de títulos do governo para controlar a Selic e aproximá-la da meta definida pela reunião do COPOM.
Desemprego
O desemprego é um indicador fundamental para avaliar a situação econômica de um país.
É interessante pensar que, um país com alta taxa de desemprego possui também mercado consumidor reduzido.
Além disso, um aumento no desemprego do país pode ser significativo para a redução da produção, o que afeta o PIB do país.
As implicações econômica da avaliação do desemprego são inúmeras. Mas é importante também pensar no desemprego sobre uma perspectiva social.
Afinal, se trata de pessoas que, por condições sociais e econômicas de desequilíbrio, não ter oportunidade de conseguir um emprego e gerar renda.
Como a análise da macroeconomia pode ajudar os seus investimentos?
Para decidir sobre os investimentos, muitos se preocupam em analisar bem a empresa, a sua saúde financeira e projetos para o futuro.
Essa estratégia microeconômica é essencial para escolher bons ativos financeiros.
Entretanto, é impossível tomar boas decisões de investimentos se você não avaliar as condições macroeconômicas.
Muitas vezes, uma empresa pode estar microeconomicamente bem, mas acaba não tendo o crescimento desejado por condições da economia do país em que está inserida.
Por isso, analisar os indicadores macroeconômicos listados acima é essencial para formar uma carteira econômica eficiente e condizente com a economia do país.
Para que você entenda melhor, é interessante exemplificar como seriam algumas tomadas de decisões baseadas nos indicadores econômicos.
- Um aumento (diminuição) na taxa de juros atraí (afasta) os investidores de aplicações de renda fixa;
- Um aumento no PIB torna o mercado acionário mais interessante, sobretudo as ações das empresas que dependem fortemente do consumo;
- Em situações de incertezas quanto a inflação, é interessante possuir parte da carteira de investimentos atrelada à inflação, para garantir rentabilidade real.
Além disso, com mais experiência na leitura macroeconômica, é possível fazer implicações mais sofisticas, tomando decisões mais inteligentes ainda.
Por isso, quem investe não pode deixar de lado o conhecimento da macroeconomia para fazer bons investimentos. Mas claro, sempre busque também analisar microeconomicamente os ativos, principalmente as ações.