Quando falamos de Mercado Aberto, o controle financeiro nacional é um termo que logo vem à tona. O termo Mercado Aberto ou Open Market é usado para quando o Banco Central de cada país opera para regular o fluxo da moeda, comprando e vendendo seus títulos públicos.
Por isso, o Mercado Aberto opera com bastante flexibilidade e sem limitações impostas às instituições, que conseguem fazer negócios entre outros bancos comerciais do país.
Esses bancos são conhecidos como “dealers“, sendo em grande parte os maiores bancos do país, que negociam títulos públicos dentro do Open Market junto ao Banco Central.
Eles têm a função de levar os títulos públicos do nível primário para o nível secundário do Open Market, onde os bancos fazem operações junto aos outros participantes do mercado, como os investidores.
Como exemplo disso, temos o programa de investimento do Tesouro Nacional, o Tesouro Direto. Nele, o investidor consegue aplicar seu dinheiro em títulos públicos. Assim, financiando o Brasil (de forma reduzida) por meio do Open Market.
O que é Mercado Aberto?
O Mercado Aberto, também chamado de Open Market, é o ambiente de negociação financeira onde o Banco Central compra e vende títulos públicos já emitidos com bancos comerciais e outras instituições financeiras nacionais.
Executam-se essas transações de maneira bastante flexível, sendo feitas por telefone ou pela internet.
O objetivo do também chamado mercado secundário é controlar, indiretamente, a circulação da moeda brasileira em todo o país.
Dessa forma, para alcançá-lo, ocorre a expansão ou contração da quantidade da moeda existente no sistema bancário.
Além disso, essa estratégia contribui para o controle das taxas de juros e crédito a curto e médio prazo, como exemplo da Taxa Selic.
Por ser uma atividade caracterizada como uma política monetária, ela é de responsabilidade direta do Banco Central do Brasil.
O que é o Banco Central do Brasil?
O Banco Central, também conhecido como Bacen, é uma instituição brasileira responsável por garantir a estabilidade econômica do país a partir de algumas ações, como:
- Manutenção do poder de compra da moeda;
- Regular e fiscalizar as instituições financeiras;
- Exercer o controle de crédito;
- Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país;
- Exercer a compra e venda de títulos públicos federais.
Criado em 1964, pela Lei 4.595, de 31.12.1964, o Bacen é considerado uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia.
Isso significa que ele tem autonomia para exercer suas funções com autonomia, sem a subordinação a qualquer outro órgão do poder público.
Assim, sem a atuação do Banco Central, as relações econômicas do país estariam desequilibradas, com instituições não sujeitas à regras e condições padronizadas.
Por isso, ele é fundamental para assegurar os diretos dos cidadãos, estabelecer uma concorrência justa entre as instituições do setor e auxiliar o desenvolvimento econômico do país.
Como atua o Banco Central?
O mercado financeiro tem como característica principal sua inconstância, devida à grande quantidade de flutuação, que pode agir de forma negativa na economia.
Portanto, para influenciar a taxa de juros praticada no próprio país, o Banco Central atua no mercado comprando ou vendendo seus próprios títulos.
Por isso, vale lembrar que o funcionamento do mercado depende de vários setores financeiros, com momentos econômicos distintos.
E, além disso, que a quantidade de moeda circulante não é determinada apenas pelo BC, já que existem uma série de fatores que afetam essa circulação.
Como exemplo disso, temos os bancos comerciais e o próprio comportamento de consumo da população.
Dessa forma, quando há um aumento na quantidade de moeda em circulação, também ocorre uma maior demanda de empréstimos para investimentos. E esse aquecimento na economia acaba elevando o preço dos produtos e, consequentemente, a inflação.
Para evitar isso, o Banco Central age aumentando a taxa de juros com a venda de seus títulos e retirada de dinheiro do mercado, por exemplo.
Mercado Aberto e equilíbrio da economia
As ações do Bacen baseiam-se em suas intenções dentro do mercado financeiro brasileiro.
Por isso, se o objetivo no período for a diminuição das taxas de juros e abertura de crédito, ele compra títulos públicos. Assim, incentivando o desenvolvimento da economia.
Portanto, pode-se perceber que o Open Market é uma estratégia financeira para atingir o mercado em curto prazo.
Em geral, promove-se a diminuição das taxas de juros quando o país está enfrentando uma crise financeira, que faz com que a economia necessite de expansão.
No entanto, se o país estiver em fase de crescimento gradativo, o Banco Central incentiva o aumento na taxa de juros, que aumenta as poupanças nos bancos.
Ou seja, é através do Mercado Aberto que o BC contorna as oscilações do mercado financeiro no Brasil, impedindo que elas afetem a economia do país de forma negativa.
Qual a função do Open Market?
Através da compra e venda de títulos públicos, controla-se a taxa básica de juros (Selic).
Com essa retenção ou ampliação do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, indicador das condições econômicas do país, a inflação também pode sofrer alterações.
Portanto, ao equilibrar o câmbio no Brasil, o Banco Central controla o grau de liquidez e regula a economia.
Ou seja, o mercado aberto pode ser uma ferramenta utilizada tanto para políticas monetárias expansionistas quanto contracionistas.
Impactos econômicos do fluxo cambial
Um exemplo do impacto econômico das variações cambias no Brasil é o aumento do dólar que, quando muito valorizado em relação ao Real, acaba diminuindo os lucros de empresas que importam matéria-prima.
Já no caso dos negócios exportadores, o efeito nos lucros acabam sendo positivos.
Assim, para quem investe em dólar, é possível se prevenir em períodos de crise e alta da inflação.
A cotação do dólar baseia-se na disputa entre a oferta e a procura, ou seja, quanto mais pessoas interessadas na moeda, maior o seu valor no mercado.
Para conter isso, em alguns casos, o Banco Central faz intervenções diretas no câmbio, comprando ou vendendo dólares para reduzir a volatilidade do dólar no país, evitando que ele fique “muito caro” ou “muito barato”.
No Brasil, investir em dólar é uma prática de investidores que buscam pela diversificação em sua carteira de ativos.
Dessa maneira, existem diversas formas de investir em dólar. São elas:
- Papel moeda;
- Ações de empresas exportadoras;
- Fundos cambiais;
- Contratos futuros;
- Mercado Forex.
Entre esses métodos, o mais utilizado continua sendo a compra de papel moeda, sendo ela a menos eficiente.
Isso porque, além dos custos elevados, as instituições financeiras cobram IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), spread (diferença entre preço de compra e preço de venda) e algumas outras taxas.
Por isso, mesmo não garantindo retorno, o dólar, ao longo do tempo, funcionou muito bem para aplicação em forma de hedge (ou proteção) de patrimônio.
Como funcionam as operações do Mercado Aberto?
As operações feitas no mercado aberto têm o objetivo de inserir ou retirar moedas em circulação, para que assim o Banco Central induza efeitos na economia.
Sendo o principal agente financeiro do Governo, é ele quem faz a gestão cambial do país e fica encarregado das reservas de moeda estrangeira.
Para isso, o BC promove as operações conhecidas como open market, negociando títulos públicos.
Assim, as grandes economias geralmente possuem alguma instituição responsável pela gestão do dinheiro.
No Brasil, além do Banco Central, que cuida do poder de compra do Real, podemos citar também o Tesouro Nacional, que faz a emissão do dinheiro e se envolve com questões como a dívida pública.
É importante destacar que praticamente todas as moedas dos países são trabalhadas em uma espécie de Open Market Mundial.
Portanto, elas acabam sofrendo bastante volatilidade, que reduzi ou aumenta o poder de compra do dinheiro, influenciando questões como o juro e a inflação.
Nesse sentido, é possível perceber que existe uma relação entre os mercados mundiais, fazendo com que até países que não atuam com essa estratégia econômica sejam influenciados pelo Open Market.
Emissão de títulos públicos
O títulos são uma forma do governo captar dinheiro para financiar a dívida pública e custear investimentos em diversas áreas do país, como a segurança e infraestrutura.
Em seu mercado, os bancos comerciais e outras instituições financeiras como as corretoras de valores podem comprar e vender estes ativos.
Isso é feito após o lançamento de leilões promovidos pelo Banco Central para a emissão e compra desses títulos.
Para que uma instituição participe dessa operação, é preciso que ela seja chamada de dealer, ou seja, possua uma autorização.
Níveis de Open Market
Dentro do Mercado Aberto, existem dois níveis que servem para diferenciar o modelo das operações com títulos públicos.
No nível primário, ou simplesmente mercado primário, ocorrem as operações financeiras entre o Banco Central e outras instituições bancárias (dealers).
Já no nível secundário, todo o mercado consegue fazer operações envolvendo os títulos públicos, incluindo outras instituições e investidores.
A importância da Política Monetária
A política monetária corresponde a um conjunto de medidas que o Governo adota para o controle da moeda e da inflação na economia.
Isso é necessário, porque é a estabilidade dos preços que preserva o valor do dinheiro, ou seja, o poder de compra da moeda nacional.
Segundo o BC, o principal instrumento de política monetária é a Taxa Selic, definida pelo COPOM. Sendo a taxa de juros básica da economia, ela afeta diretamente outras taxas, como os juros cobrados pelos bancos.
Assim, quando mais baratos, os juros incentivam o consumo, o que no curto prazo pode ter efeitos sobre a inflação.
Portanto, o objetivo das políticas monetárias é tornar a inflação baixa, estável e previsível, tornando possível o crescimento econômico sustentável do Brasil.
Tipos de política monetária
O crescimento da economia de um país depende de variados fatores, como:
- Eficiência produtiva;
- Alocação dos fatores de produção;
- Capital humano;
- Taxa de investimento.
A política monetária não é um instrumento de desenvolvimento econômico, mas pode ser extremamente útil para promover impactos desejáveis no curto prazo.
Por isso, dependendo do cenário econômico do Brasil, o Banco Central pode tomar atitudes tanto de cunho expansionista quanto contracionista.
Para entender melhor, confira abaixo as características de cada uma delas:
Política monetária expansionista
Utilizando uma política monetária expansionista, o Banco Central trabalha para aumentar a oferta de moeda no país e diminuir as taxas de juros.
O objetivo disso é incentivar e expandir o consumo, trazendo impactos econômicos desejáveis de curto prazo.
Por isso, quando isso ocorre, há um estímulo ao consumo por parte da sociedade do país.
No curto prazo, provavelmente a demanda de produtos e serviços se manterá em constante crescimento, o que resultará em uma alta inflação.
E esse é um dos maiores riscos dessa estratégia, quando mal utilizada.
Política monetária restritiva ou contracionista
A política monetária contracionista consiste na retirada de moeda da economia.
Isso pode ocorrer através do aumento da taxa de juros ou na diminuição direta na oferta de moeda.
Quando país está passando por um nível acelerado de inflação, essa política pode ser válida.
Com um aumento no juros, por exemplo, a demanda dos consumidores é reduzida, contendo o avanço dos preços na economia e retomando o poder de compra da população.
Operações de Open Market na política monetária
Com o Mercado Aberto, o principal objetivo de médio prazo do Banco Central é atingir a economia através da política monetária.
Por isso, se o país estiver em crise, é necessária uma política expansionista, que incentive a retomada do crescimento.
Já quando estiver em amplo crescimento, pode ser necessária uma política contracionista, que equilibre a economia.
Outros instrumentos de política monetária
O open market faz parte dos chamados instrumentos de política monetária, que são mecanismos utilizados pelo Banco Central para controlar a oferta da moeda e a taxa de juros nacional.
Os principais instrumentos são:
- Open market ou Mercado Aberto;
- Depósito compulsório;
- Redesconto.
Como já dito, o mercado aberto consiste na prática de compra e venda de títulos públicos federais, feita no momento em que o BC considerar conveniente para o país.
Os efeitos econômicos obtidos com essa estratégia são, em geral, de curto prazo.
No entanto, é preciso entender como cada um dos outros dois mecanismos funcionam:
Redesconto
O redesconto é a concessão de empréstimos pelo Banco Central para bancos e instituições financeiras que estão com pouco dinheiro disponível para manter suas operações.
Seu objetivo é regular o nível de moeda circulante na economia solucionando problemas de liquidez de curto prazo.
O redesconto funciona como uma forma de administrar a oferta de dinheiro no mercado e controlar a liquidez geral na economia.
Nesse sentido, se o Banco Central libera mais recursos pelas operações de redesconto, um banco consegue captar recursos para o seu caixa com mais facilidade.
Portanto, o redesconto é um instrumento utilizado em casos mais graves, sendo de caráter punitivo, com taxas de juros mais elevadas que a média.
Consideram-se os efeitos dessa estratégia como de médio prazo.
Depósito compulsório
O depósito compulsório representa uma taxa recolhida pelo Banco Central dos depósitos nos bancos comerciais, sendo utilizada para a criação de um saldo.
Os depósitos compulsórios regulamentam diferentes tipos de depósitos, como:
- Depósitos à vista ou a prazo;
- Depósitos em caderneta de poupança;
- Exigibilidade adicional (que inclui um adicional dos três anteriores);
- Recursos de Depósitos e Garantias Realizadas.
O saldo criado serve para uma futura disponibilização em forma de empréstimo.
Durante a política fiscal, quando há uma maior exigência, o Bacen eleva a taxa exigida, fazendo com que os bancos possuam menos recursos disponíveis para emprestar.
Com isso, reduz-se atividade econômica, bem como as expectativas de inflação.
O principal objetivo do Banco Central com essas operações é atingir a economia de maneira adequada às necessidades do país no momento.
Portanto, caso o país esteja em crise, é preciso que ela seja expansionista, visando o crescimento econômico com a maior busca por créditos e investimentos com maior liquidez.
Do contrário, ela pode ser contracionista, como ocorrido entre 2015 e 2016 no Brasil, onde a Taxa Selic permaneceu alta (14% em média) para conter a inflação, resultando, em 2017, em um dos menores índices registrados.
Para que serve o Open Market?
A análise de mercado é a forma mais utilizada para precificação e avaliação de ativos financeiros. Por conta disso, o Open Market influencia o valor das moedas, rentabilidade dos títulos públicos e até a taxa de juros básica do Brasil.
Através do Mercado Aberto, o Brasil consegue se financiar, além de financiar seus cidadãos e negócios.
Isso porque, mesmo dentro de um sistema capitalista de “livre mercado”, os Bancos Centrais precisam tomar atitudes para conter surtos de volatilidade no sistema.
Eles podem ocorrer por conta da grande entrada e saída de moedas em nosso país ou pela alta do juro futuro, forçando um aumento nas taxas dos títulos públicos e demais papéis.
Mesmo podendo, em alguns momentos, não corresponder com a realidade, inclusive promovendo certa volatilidade ao mercado de maneira prejudicial, o Open Market, economicamente, é a forma mais funcional para a captação de recursos e proteção contra oscilações maiores.
Ou seja, o Mercado Aberto é somente uma das ferramentas disponíveis ao Banco Central para que a economia seja impulsionada da maneira mais adequada possível.
O que significa o termo Mercado Aberto?
O termo Mercado Aberto ou Open Market é utilizado quando o Banco Central de cada país opera para regular o fluxo da moeda, comprando e vendendo seus títulos públicos.
Qual a função do Mercado Aberto?
Através da compra e venda de títulos públicos, controla-se a taxa básica de juros (Selic).