Mini Contratos: o que são e como funcionam?

mini contratos 2

Os mini contratos são opções do mercado financeiro cada vez mais populares entre os investidores.

Com os mini contratos, é possível investir em índices e moedas em um ambiente específico na Bolsa de Valores.

Mas para saber como aplicar seu dinheiro nos mini contratos com segurança, é preciso que você entenda o que são e como eles funcionam.

O que são mini contratos?

Antes de saber o que são os mini contratos, é importante que você saiba o que são os contratos futuros.

Eles são acordos onde um comprador ou vendedor estabelece um compromisso de compra ou venda de um ativo determinado para uma certa data.

Nessa modalidade, podem ser transacionados:

  • Commodities;
  • Moedas;
  • Índices;
  • Ouro;
  • Petróleo.

Todos eles são comercializados a um preço pré-estabelecido dentro do chamado Mercado Futuro, ambiente específico dentro da Bolsa.

Nesse, ambas as partes, comprador e vendedor (de contratos e não ativos), trabalham com a expectativa sobre a cotação futura do ativo escolhido.

Assim, é possível se resguardar de oscilações ou especular.

Mini contratos

mini contratos

Essa modalidade funciona como uma fração dos “contratos cheios”, fazendo com que eles se tornem mais acessíveis aos investidores.

Enquanto o alvo dos contratos futuros são as empresas, produtores e investidores experientes, os mini contratos abrangem uma parcela mais completa dos aplicadores.

Portanto, se seu objetivo é investir em dólar ou índices futuros com uma menor utilização de capital, os mini contratos, desenvolvidos em 2001 pela BM&F Bovespa (hoje B3), são uma bons ativos financeiros para isto.

Como funcionam os mini contratos?

Um ponto importante do Mercado Futuro, área na Bolsa de Valores onde são disponibilizados os mini contratos, é que não é preciso desembolsar nada no momento de aquisição dos ativos.

Ao invés disso, o investidor apenas precisa ter a margem de garantia exigida pelo ativo, que pode estar em aplicações como o Tesouro Direto e CDB, com liquidez diária.

Esse tipo de negociação surgiu antes do mercado de ações, quando os produtores rurais vendiam suas produções antes da colheita.

O objetivo disso era garantir o melhor preço de mercado e cobrir todas as despesas, garantindo o lucro.

Sigla de negociação

Ao buscar pelos mini contratos no Mercado Futuro, o investidor se depara com siglas que fornecem diversas informações.

A primeira parte delas indica o tipo de contrato oferecido, como visto na tabela abaixo:

ContratoSigla de negociação
Índice CheioIND
Dólar CheioDOL
Mini Índice WIN
Mini Dólar WDO

Além disso, é apresentada nesse código de negociação a data de vencimento do ativo, com uma letra que representa determinado mês e o ano de vencimento.

Para entender melhor, confira a tabela abaixo:

MêsCódigo
JaneiroF
FevereiroG
MarçoH
AbrilJ
MaioK
JunhoM
JulhoN
AgostoQ
SetembroU
OutubroV
NovembroX
DezembroZ

Tabela com os meses de vencimentos dos minicontratos – Fonte: BM&FBovespa

O contrato de dólar tem vencimento no primeiro dia útil de todo mês, já o de contrato de índice a cada dois meses (nos meses pares).

Portanto, um investimento em mini dólar com vencimento no primeiro dia útil de Agosto de 2020 terá a sigla WDOQ20.

Quais os tipos de mini contratos?

Já citados anteriormente, existem dois tipos de mini contratos negociados na Bolsa brasileira:

  • Mini índice;
  • Mini dólar.

Para garantir um bom investimento na modalidade de investimentos futuros, é fundamental que você entenda como eles funcionam.

Mini Contrato de Índice (WIN)

Funciona a partir de negociações sobre as pontuações futuras do índice Bovespa (BOVA11), um dos mais relevantes dentro da Bolsa de Valores do Brasil.

Para isso, se investe com base nas expectativas sobre o comportamento do indicador em um momento específico.

O objetivo disso é ter uma maior rentabilidade com as oscilações positivas e negativas ocorridas até o prazo de vencimento.

O lote mínimo de um mini contrato de índice equivale a R$0,20 multiplicados pelos pontos do Ibovespa.

Ou seja, se um investidor comprasse um contrato de índice cotado a 80.000 pontos, o valor total do contrato seria de 80.000 X 0,20 = R$16.000.

Mas como já dito anteriormente, o investidor não precisaria desembolsar todo esse valor, apenas a margem de segurança informada.

E após a diferença entre o preço de compra e venda, se obtém o lucro dessa operação.

Vale lembrar que o índice futuro serve como benchmark do mercado de renda variável, podendo ser interpretado como um parâmetro de comparação para demais ativos.

Mini Contrato de Dólar (WDO)

Nesse tipo de mini contrato ocorre a negociação de câmbio, especificamente do Dólar.

Portanto, é analisada a variação sofrida entre a moeda americana e a moeda nacional, o Real.

Nesse caso, quanto maior for essa diferença, mais desvalorizado o Real pode estar diante do Dólar.

Para os investidores, negociar a partir da tendência do Dólar no futuro representa uma boa alternativa para se proteger das oscilações da moeda.

O lote mínimo equivale a US$10.000. Portanto, se for comprado um mini contrato dessa modalidade com a cotação em R$4,00/US$, equivalendo a 4.000 pontos, o valor do contrato é de:

10.000 X 4,00 = R$40.000

O lucro é obtido a partir da diferença entre a cotação da compra e da venda no período de vencimento do contrato.

Contrato futuro ou mini contrato: qual escolher?

Como dito anteriormente, os mini contratos funcionam como frações dos contratos cheios, tornando-os mais acessíveis para o público investidor.

Esses ativos são bastante fáceis de operar, já que nem todos precisam ser negociados pelo Home Broker.

Além disso, servem como uma alternativa para a diversificação de ativos de renda variável, tornando a carteira de investimentos ainda mais rentável.

Como escolher entre os dois?

O primeiro ponto a ser analisado por quem deseja investir no Mercado Futuro é o capital disponível para investimentos.

Isso porque algumas opções como o contrato futuro, por exemplo, acabam não sendo muito acessíveis a todos os investidores.

Além disso, deve-se entender qual o seu perfil, já que dentro desses tipos de investimentos podem ocorrer perdas e ganhos significantes em muito pouco tempo.

Uma alternativa para quem decide seguir com essas aplicações é o ganho de experiência com os mini contratos.

Dessa forma, você conseguirá entender melhor o funcionamento dessas operações e, posteriormente, ter mais propriedade para investir nos contratos padrões.

Como operar mini contratos?

O investimento em mini contratos se assemelha bastante ao do mercado de ações.

Assim como na compra de papéis, ele exige alguns cuidados.

Ao analisar um mini contrato, é recomendado que você possua uma boa estratégia montada, que considere alguns fatores, como:

  • Liquidez;
  • Expectativa de rendimento;
  • Risco;
  • Prazo de validade.

Desse modo, você conseguirá analisar melhor as possibilidades oferecidas.

As margens cobradas para a operação tanto em mini dólares quanto mini índices varia entre R$2 e R$5 mil, dependendo do meio utilizado (home broker ou plataformas).

As negociações são feitas na B3 (antiga BM&F Bovespa), ambiente seguro que pode ser acessado por qualquer corretora de valores.

Para isso, é preciso abrir uma conta em uma corretora de sua preferência e transferir o valor que você deseja investir.

Nesse momento, basta escolher a opção Home Broker e analisar quais os mini contratos disponíveis para serem negociados.

Depois, você deve digitar a sigla do investimento que você quer e observar quais os seus preços e pontuações.

O próximo passo é fazer uma oferta de compra e esperar que o preço seja atingido.

Tributação no Mercado Futuro

O Imposto de Renda incide sobre o ganho líquido do investidor ao final do prazo de seu mini contrato.

A alíquota base desse imposto é de 15% sobre o lucro líquido da soma dos ajustes diários observados entre a data de abertura e fechamento do contrato.

Já no caso das operações de Day Trade, o percentual sobe para 20% sobre os ganhos.

A apuração é feita ao longo da sua vigência, não mensalmente. E o pagamento realizado até o último dia útil do mês após o período de análise.

Quais os outros custos envolvidos?

O custo total de uma operação no Mercado Futuro varia de acordo com o tipo de contrato escolhido.

No entanto, existem alguns valores que devem ser levados em conta, como:

  • Percentual do mini dólar: margem cobrada pelas corretoras;
  • Taxa de Corretagem: cada corretora cobra um valor diferente por sua atividade, mas algumas dispensam esse valor;
  • Custo unitário específico: o custo de cada contrato é calculado para as taxas de registro variáveis ou para os emolumentos de um contrato;
  • Emolumentos: calculados no último dia útil de cada semana pela Bolsa de Valores para serem aplicados durante toda a semana seguinte;
  • Taxa de Permanência: baseada no número de dias que a operação permaneceu aberta;
  • Taxa de Liquidação: cobrada de cada mini contrato adquirido;
  • Taxa de Ajuste: contratos futuros operados para sistema tributário têm que pagar ou receber um ajuste de sua posição diariamente, calculado de acordo com o ajuste diário.

Com o ajuste diário, são determinados os ganhos de acordo com os pontos recebidos com suas operações.

Quais os riscos dos mini contratos?

Investir em mini contratos envolve alguns riscos, assim como algumas das aplicações em renda variável do mercado financeiro.

Se você deseja escolher esse ativo, é importante entender quais são eles.

Os mini contratos podem sofrer variações de preços de acordo com expectativas, crises e mudanças do mercado.

Além disso, a margem de garantia pode chegar a aumentar de forma em que o investidor não possua capital para compensá-la.

Isso acontece, pois ela está sujeita à mudanças diárias, em geral pequenas, mas podendo sofrer variações maiores de acordo com o risco do ativo.

Por fim, algo bastante claro na renda variável, existe o risco de que as variações sejam negativas, a depender do capital investido.

E quando uma operação não sai conforme o esperado, alguns prejuízos financeiros podem surgir.

Quais as vantagens desse investimento?

Além dos pontos negativos, essa modalidade também oferece diversas vantagens para seus interessados.

Um atributo bastante buscado pelos investidores, a liquidez desse investimento faz com que a sua compra e venda sejam mais fáceis, evitando um longo período entre o disparo e a execução da ordem.

Outro ponto positivo está na sua acessibilidade, já que os mini contratos conseguem atender diferentes tipos de investidores, inclusive os com menos capital disponível.

Além disso, existe também a possibilidade de alavancagem como esse investimento, já que não se paga por ele, mas sim por sua variação.

Assim, não é exigido todo o valor do contrato, mas apenas a sua margem de garantia.

Portanto, observando esses diversos fatores, percebe-se que os mini contratos são boas alternativas para quem investe em renda variável e deseja uma maior diversificação e rentabilidade em sua carteira.

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Arthur Dantas Lemos

Arthur Dantas Lemos

Especialista em Finanças Corporativas pela Fundação Getúlio Vargas. É formado pelo Programa de Profissionais do Mercado Financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo e pelo Programa CVM de Professores para Mercado de Capitais, Avaliador de Empresas pela NACVA - National Association of Certified Valuators and Analysts (EUA). Fundou a Empreender Dinheiro para democratizar o acesso à Educação Financeira de Alto Poder Transformacional e já impactou diretamente mais de 50.000 pessoas em suas soluções educacionais.

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