Já ouviu falar em Neuroeconomia? Saiba mais neste post

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A Neuroeconomia é um conceito interdisciplinar que abrange teorias e conhecimentos da psicologia cognitiva, neurociência e economia comportamental. 

Embora o termo seja pouco conhecido popularmente, a Neuroeconomia é algo que faz parte da vida de todos os indivíduos, pois frequentemente estamos cercados pela Neuroeconomia de alguma forma.

Já imaginou como funciona o processo de decisão de compra? Ou o que influencia na sua decisão de compra?  Essas são algumas questões que a Neuroeconomia busca compreender e explicar.

O que é Neuroeconomia?

Pauta-se a neuroeconomia sobre os estudos da tomada de decisão, em uma tentativa de compreensão dos comportamentos econômicos das pessoas. 

Grande parte da população acredita tomar decisões de forma racional, porém, ao contrário do que a maioria imagina, não temos total controle sobre as nossas decisões.

Os estudos da Neuroeconomia trazem uma perspectiva interdisciplinar e mostra de que forma as questões biológicas, emocionais e psicológicas influenciam diretamente nas nossas decisões.

Além disso, por se tratar de questões biológicas e genéticas, influencia-se cada indivíduo de uma forma diferente. Entender sobre esses processos é muito importante para lidar melhor com as decisões e ter mais autonomia nesse processo.

Uma das ferramentas principais no processo de conhecimento da Neuroeconomia é o escaneamento cerebral durante as tomadas de decisões. 

Realiza-se esse experimento por meio de tecnologias avançadas como o EEG (eletroencefalograma), ressonância magnética funcional e outras técnicas de mapeamento cerebral.

A importância da Neuroeconomia é muito significativa, pois desde os primeiros momentos da infância até o último momento da vida é necessário tomar decisões e fazer escolhas, sejam elas simples ou mais complexas.

Quando se trata de comportamento de consumo, os estudos da Neuroeconomia possuem ainda mais impacto na sociedade, pois as decisões econômicas e de consumo afetam a vida de todos, de formas positivas e negativas.

Neuroeconomia e a tomada de decisão

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Daniel Kahneman é um dos grandes teóricos por trás da Neuroeconomia, ganhador de um prêmio Nobel de Economia com suas contribuições para a economia comportamental.

De acordo com o psicólogo, o ser humano possui dois sistemas de processamento cerebral, o sistema 1 e o sistema 2.

Sistema 1: Define-se o primeiro sistema como rápido, mais automático e inconsciente, influenciado diretamente pelas emoções e percepções do momento presente. Também se conhece como processo automático.

Quando esse sistema se associa à prática do consumo, ele se relaciona diretamente a compras por impulso, aquelas feitas quando não refletimos a real necessidade do produto ou objeto, o que também associa-se a influências do marketing e outros fatores.

Sistema 2: O segundo sistema, também conhecido como processo controlado, é de certa forma mais racional, menos impulsivo e requer mais tempo. Ao contrário do sistema 1, esses processos requerem mais cálculos conscientes para tomada de decisão.

Na prática, ele está relacionado a situações em que é necessário declarar um imposto de renda, estacionar com o carro em uma vaga mais apertada, procurar uma pessoa com características específicas no meio de uma multidão.

Ou seja, o sistema 2 está ligado a atividades que requerem maior funcionamento da cognição. Além desses dois sistemas, o efeito de ancoragem é também outro fator importante que influencia na tomada de decisão e é muito utilizado pelo Neuromarketing.

Efeito de ancoragem

Mesmo que você ainda não conheça o termo, com certeza já vivenciou o efeito de ancoragem no dia a dia. O efeito de ancoragem acontece quando um conhecimento prévio, ou seja, uma informação anterior influencia na sua tomada de decisão.

Para entender como funciona na prática, basta pensar sobre as super promoções do mercado, quando exibe-se o valor anterior do produto com grande diferença do valor atual.

Ou seja, há uma tendência comum entre as pessoas de se apegar ao primeiro estímulo e informação durante a tomada de decisão, nesse caso, o preço antigo do produto em promoção.

Outro exemplo prático para compreensão do efeito de ancoragem é quando as lojas criam “pacotes” com mais de um produto incluso.

Isso influencia as pessoas a consumirem mais de um produto com a ideia de que está fazendo um ótimo negócio, mesmo que elas não precisem daquele determinado produto.

Outro exemplo prático para compreensão do efeito de ancoragem é quando empresas de web host criam pacotes que incluem a hospedagem com outros serviços, como o registro de domínio, por um preço diferente.

Ao contrário da oferta anterior, que era somente o serviço de hospedagem, o pacote com registro de domínio incluso se torna muito mais atrativo e as chances do consumidor optar pela segunda opção são muito maiores.

Para que serve a Neuroeconomia?

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A Neuroeconomia é muito importante para entender os processos mentais que levam às tomadas de decisão e quais são os estímulos que influenciam nas nossas escolhas. 

Além disso, ela traz contribuições significativas para a área da economia, marketing e até mesmo para o mercado financeiro.

Além de todos os processos citados anteriormente, a Neuroeconomia busca compreender os padrões de comportamento de consumo dos indivíduos, um fator decisivo para o marketing, comércio físico, e-commerce, dentre vários outros mercados.

A Neuroeconomia, muito além de estudar as tomadas de decisão, afeta desde empresários até os consumidores de forma direta. Estabelecer uma função específica para um tema tão amplo é limitar o conhecimento e as possibilidades que a Neuroeconomia proporciona.

Pessoas que buscam empreender ou estão na fase inicial de um negócio, são afetados pela Neuroeconomia de diversas formas, desde o momento do plano de gestão até ao registro de domínio na web, por exemplo.

No mundo contemporâneo, repleto de estímulos novos e diferentes a todo momento, é imprescindível estar atento ao que a Neurociência nos mostra a respeito das decisões econômicas, pois muitas decisões mal elaboradas podem interferir de forma negativa na vida das pessoas.

Neuroeconomia e Neuromarketing

Os estudos do Neuromarketing e da Neurociência já são utilizados pelas grandes marcas há muitos anos para influenciar as decisões de compra dos consumidores e aumentar as vendas das empresas.

Porém, apesar de a Neuroeconomia e o Neuromarketing serem duas áreas muito parecidas e confundidas com frequência, há algumas diferenças significativas na análise prática das duas.

O Neuromarketing é basicamente um desdobramento da Neuroeconomia, com aplicações práticas da área associadas ao conhecimento de marketing.

Empresas que utilizam o Neuromarketing a seu favor aumentam as vendas e o engajamento com o público de forma expressiva.

O criador do conceito Neuromarketing, Ale Smidts, buscava entender quais eram as influências neurológicas que as estratégias do marketing causavam no comportamento do consumidor, a fim de criar campanhas de marketing mais certeiras.

Um dos principais objetivos do Neuromarketing é criar estratégias que vão de encontro aos desejos e necessidades do consumidor e que influenciam diretamente na decisão de compra das pessoas. 

Ou seja, ao contrário da Neuroeconomia, o Neuromarketing aplica os conhecimentos de forma planejada e com um propósito específico.

Todo comércio utiliza o Neuromarketing e formas de persuasão para aumentar a lucratividade e o alcance da sua marca, e isso inclui desde coisas simples até métodos mais complexos.

A criação de um site e o registro de domínio de uma marca é um exemplo de processo simples que aumenta a persuasão ao público.

Além de gerar mais credibilidade ao seu negócio, o registro de domínio também pode ser uma estratégia de Neuromarketing, escolhendo domínios com boa sonoridade e de fácil memorização.

Dessa forma, o Neuromarketing pode melhorar a tomada de decisão dos consumidores e beneficiar os negócios, por meio de estratégias mais efetivas.

Neuroeconomia x mercado financeiro

Assim como a Neuroeconomia contribui para o marketing e os negócios, ela também atua como aliada no mercado financeiro e contribui para o entendimento das tomadas de decisão que envolvem os investidores.

Quando lidamos com as decisões de compra e venda de ativos, também estamos falando sobre a Neuroeconomia e todos os fatores que influenciam nessas tomadas de decisão. Já imaginou o quanto os fatores biológicos podem influenciar nas escolhas?

Em um estudo realizado em investidores financeiros, no qual foi testado testosterona em alguns participantes, analisou-se uma conexão entre a testosterona e as flutuações no mercado financeiro.

Entre 104 participantes, nos quais utilizaram placebo em alguns e testosterona em outros, os jovens que receberam o hormônio atribuíram maiores preços aos ativos e tiveram decisões mais ousadas.

Dessa forma, é preciso analisar o mercado financeiro muito além da economia, mas também com uma perspectiva neurológica e psicológica. 

Quando os investidores operam, eles estão sob influências das emoções, estímulos externos e também internos, que podem anular qualquer cálculo racional ou estimativa do mercado.

Além disso, os lucros e prejuízos alcançados nas tomadas de decisões são muito mais do que resultados financeiros, mas tem desdobramentos psicológicos e biológicos.

Conclusão

Entender sobre a Neuroeconomia é muito importante para lidar melhor com as decisões do dia a dia e gerar conhecimentos que proporcionam mais autonomia desde as escolhas simples às mais complexas.

Além disso, entender de que forma o cérebro funciona em determinadas circunstâncias permite com que investidores operem de forma mais realista e calma, além de ajudar empresários a operar o Neuromarketing de forma eficaz por meio dos conhecimentos da Neuroeconomia.

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Arthur Dantas Lemos

Arthur Dantas Lemos

Especialista em Finanças Corporativas pela Fundação Getúlio Vargas. É formado pelo Programa de Profissionais do Mercado Financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo e pelo Programa CVM de Professores para Mercado de Capitais, Avaliador de Empresas pela NACVA - National Association of Certified Valuators and Analysts (EUA). Fundou a Empreender Dinheiro para democratizar o acesso à Educação Financeira de Alto Poder Transformacional e já impactou diretamente mais de 50.000 pessoas em suas soluções educacionais.

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