Política Monetária: tudo sobre essa ferramenta econômica!

politica monetaria

No cenário econômico brasileiro, manter o controle da inflação é objetivo fundamental do Banco Central. Para que essa meta seja alcançada, entre algumas estratégias, existe a política monetária.

No cenário econômico brasileiro atual, a política monetária tem um papel altamente importante para o equilíbrio financeiro do país.

No entanto, mesmo interferindo diretamente na economia brasileira, muitas pessoas ainda não sabem o que significa uma política monetária.

O que é Política Monetária?

A política monetária corresponde a um conjunto de medidas que podem ser adotadas pelo Governo para o controle da moeda e da inflação na economia.

Isso ocorre, pois a estabilidade dos preços é o que preserva o valor do dinheiro em circulação, ou seja, o poder de compra da moeda nacional.

Para exercer uma política monetária, o Banco Central pode tomar diversas atitudes que visam afetar o custo do dinheiro, como alterar taxas de juros ou injetar e retirar dinheiro na economia.

Segundo o BC, o principal instrumento de política monetária é a Taxa Selic, que é definida pelo Copom.

Sendo a taxa de juros básica da economia, ela afeta diretamente outras taxas, como os juros cobrados pelos bancos.

Com juros mais baratos, por exemplo, haveria um incentivo ao consumo que, no curto prazo, poderia ter um efeito sobre a inflação.

Logo, o objetivo das políticas monetárias é tornar a inflação baixa, estável e previsível, assim possibilitando um crescimento econômico sustentável e uma melhor política econômica.

Como funciona a Política Monetária?

politica monetaria 1

O crescimento da economia de um país depende de variados fatores, como:

  • Eficiência produtiva;
  • Alocação dos fatores de produção;
  • Capital humano;
  • Taxa de investimento.

A política monetária não é um instrumento de desenvolvimento econômico, mas pode ser extremamente útil para promover impactos desejáveis no curto prazo.

Uma estratégia como a redução da taxa de juros, pode trazer o efeito no curto prazo necessário para estimular a atividade econômica do país.

Alguns países, principalmente aqueles com juros próximos de zero, não precisam de estratégias de política monetária, já que possuem uma moeda e economia estável.

No entanto, como o Brasil é uma economia em desenvolvimento e passou por episódios recentes de descontrole inflacionário, a política monetária pode ser uma aliada do equilíbrio financeiro do país.

Qual a diferença entre política monetária e política fiscal?

Como já dito, a política monetária consiste no controle do valor da moeda nacional.

Já a política fiscal corresponde ao controle orçamentário do Governo, e para isso, ela utiliza dois componentes fundamentais do orçamento público:

  • Gastos;
  • Tributação.

Enquanto os gastos incluem todas as despesas relacionadas à manutenção da estrutura governamental, como seus subsídios, a tributação se refere aos impostos recolhidos e às alíquotas cobradas no mercado.

A política fiscal, assim como a monetária, é definida de acordo com o contexto atual do país. Portanto, ela pode operar tanto de forma expansionista como contracionista.

Com essas duas políticas, além da cambial, é possível fazer um planejamento macroeconômico para o país, garantindo seu desenvolvimento sustentável ao longo dos anos.

Política monetária expansionista

Utilizando uma política monetária expansionista, o Banco Central trabalha para aumentar a oferta de moeda no país e diminuir as taxas de juros.

O objetivo disso é incentivar e expandir o consumo, trazendo impactos econômicos desejáveis de curto prazo.

Quando isso ocorre, há um estímulo ao consumo por parte da sociedade do país.

No curto prazo, provavelmente a oferta de produtos e serviços se mantem constante, o que resultará em uma inflação.

E esse é um dos maiores riscos dessa estratégia, quando mal utilizada.

Nesses casos, são executadas políticas monetárias contracionistas, como a elevação da taxa de juros e venda de títulos públicos federais.

Por isso, a política expansionista deve visar a adequação da situação econômica do país com o momento econômico atual.

Política monetária restritiva ou contracionista

A política monetária contracionista consiste na retirada de moeda da economia.

Isso pode ocorrer através do aumento da taxa de juros ou na diminuição direta na oferta de moeda.

Quando país está passando por um nível acelerado de inflação, essa política pode ser válida.

Com um aumento no juros, por exemplo, a demanda dos consumidores é reduzida, contendo o avanço dos preços da economia.

Principais instrumentos de política monetária

Para gerir a economia de um país, as autoridades se utilizam de uma série de instrumentos de política monetária.

Existem três principais tipos dessas estratégias, que são:

  • Open market;
  • Redesconto;
  • Depósito compulsório.

Confira como cada um desses instrumentos de responsabilidade direta do Banco Central do Brasil funcionam:

Open Market (ou Mercado Aberto)

O Mercado Aberto é o ambiente de negociação financeira onde o Banco Central compra e vende títulos públicos já emitidos com bancos comerciais e outras instituições financeiras nacionais.

Essas transações são bastante flexíveis, podendo serem feitas por telefone ou pela internet.

O objetivo do também chamado mercado secundário é controlar, indiretamente, a circulação da moeda brasileira em todo o país.

Para alcançá-lo, ocorre a expansão ou contração da quantidade da moeda existente no sistema bancário.

Além disso, essa estratégia contribui para o controle das taxas de juros e crédito a curto e médio prazo, como exemplo da Taxa Selic.

Redesconto

O redesconto é como um tipo de empréstimo do BC feito para outras instituições financeiras. Seu objetivo é solucionar problemas de liquidez de curto prazo.

Portanto, ele é um instrumento utilizado em casos mais graves, sendo de caráter punitivo, com taxas de juros mais elevadas que a média.

No entanto, ele também pode ser realizado com uma taxa igual à cobrada no mercado.

Essa estratégia é considerada uma política monetária expansionista caso seja impulsionada, já que emprestar dinheiro aos bancos incentiva-os a ceder mais créditos à pessoas e empresas.

No entanto, quando a taxa é reduzida, o redesconto é associado à política restricionista, já que a quantidade de moeda disponível diminui.

Os efeitos dessa estratégia são considerados de médio prazo.

Depósito Compulsório

O depósito compulsório representa uma taxa recolhida pelo Banco Central dos depósitos nos bancos comerciais, sendo utilizada para a criação de um saldo.

Seu recolhimento pode ser feito em moeda ou em títulos públicos federais.

Os depósitos compulsórios regulamentam diferentes tipos de depósitos, como:

  • Depósitos à vista;
  • Depósitos a prazo;
  • Depósitos em caderneta de poupança;
  • Exigibilidade adicional (que inclui um adicional dos três anteriores);
  • Recursos de Depósitos e Garantias Realizadas.

O saldo criado serve para uma futura disponibilização em forma de empréstimo.

Durante a política fiscal, quando há uma maior exigência, o Bacen eleva a taxa exigida, fazendo com que os bancos possuam menos recursos disponíveis para emprestar.

Com isso, a atividade econômica é reduzida, bem como as expectativas de inflação.

O principal objetivo do Banco Central com essas três operações é atingir a economia de maneira adequada às necessidades do país no momento.

Conclusão

Como visto, as ações do Banco Central exercem um impacto mais que direto na vida de todos os brasileiros, tanto para os investidores quanto para os apenas consumidores de bens e serviços.

Portanto, entender tanto a política monetária quanto a cambial ou fiscal proporciona a criação de melhores estratégias financeiras, que consigam oferecer bons resultados em qualquer estado econômico.

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Arthur Dantas Lemos

Arthur Dantas Lemos

Especialista em Finanças Corporativas pela Fundação Getúlio Vargas. É formado pelo Programa de Profissionais do Mercado Financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo e pelo Programa CVM de Professores para Mercado de Capitais, Avaliador de Empresas pela NACVA - National Association of Certified Valuators and Analysts (EUA). Fundou a Empreender Dinheiro para democratizar o acesso à Educação Financeira de Alto Poder Transformacional e já impactou diretamente mais de 50.000 pessoas em suas soluções educacionais.

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