A renda vitalícia na previdência privada ainda é uma oportunidade pouco explorada pelos brasileiros.
No entanto, a renda vitalícia funciona como uma forma de aposentadoria que proporciona estabilidade depois do fim do tempo de trabalho.
Com um bom plano financeiro, é possível alcançar a renda vitalícia na previdência privada.
O que é previdência privada?
Em primeiro lugar, é importante saber o que é a previdência privada. Basicamente, ela é um plano de aposentadoria alternativo, independente do Estado.
É um produto financeiro oferecido por bancos e corretoras de valor, de maneira semelhante aos seguros.
Portanto, ela garante uma renda complementar ao benefício do INSS. E se você fizer um bom plano, sua previdência privada pode render bem mais do que a previdência social.
Sendo assim, a previdência privada funciona como um investimento. O dinheiro que você paga todos os meses ao banco ou corretora responsável é usado para comprar ativos, como ações e títulos de dívida.
Como consequência, o rendimento desses ativos compõe um valor acumulado. Com ele, será pago o seu benefício.
Vale ressaltar que a carteira de investimentos montada para os planos de previdência costuma ter uma boa proporção de ativos de baixo risco.
Isso é um reflexo do perfil das pessoas que contratam os planos, pois priorizam segurança acima de retorno. Contudo, não se deve esquecer que isto é um projeto de longo prazo.
Por essa razão, não é uma boa ideia tentar recuperar antes o dinheiro já aplicado, ou você pode sair no prejuízo.
Por que procurar essa renda?
Com uma maior expectativa de vida da população, a busca por fontes complementares de renda após o fim da atividade profissional se torna muito importante.
Segundo dados do IBGE de 2018, o número de pessoas acima dos 65 anos deve aumentar dos atuais 9,5% para 25,5% em 2060. Isso significa, portanto, que um em cada quatro brasileiros será idoso.
Diante desses dados, passa ser importante contar com uma fonte de receita que dure até o fim da vida.
Com essa realidade em mente, a pessoa que fizer o plano de previdência privada com o objetivo de aposentadoria deve preferir instituições que ofereçam a renda vitalícia.
Vantagens da renda vitalícia
As vantagens do serviço de renda vitalícia vão além de complementar o benefício do INSS. São elas, por exemplo:
- Aplicação e gerência do dinheiro do plano, sem precisar se preocupar;
- Proteção do poder de compra, com reajustes anuais da inflação;
- Opção de isenção do Imposto de Renda caso o contratante apresente alguma doença grave;
- Definição de beneficiários do dinheiro caso o contratante morra.
Quais são as modalidades da renda vitalícia?
São vários os tipos de renda vitalícia que você pode escolher. Saiba quais são essas opções.
Renda mensal vitalícia
Essa alternativa garante renda para o contratante até o seu último dia de vida e é a mais comum entre as opções. Nela, se paga a renda mensal exclusivamente para o contratante, enquanto ele viver.
A renda mensal nada mais é do que a reserva financeira acumulada pela contribuição do participante. Por isso, o benefício termina quando ele morre.
Nesse plano, não há a possibilidade de devolver o montante acumulado. Em outras palavras, se o contratante morrer um ano depois do início do recebimento da renda do plano, por exemplo, se cancela o benefício.
Renda mensal vitalícia com reversão ao beneficiário indicado
Essa alternativa paga a renda até o fim da vida do participante. Além disso, depois da sua morte, garante a continuidade dos pagamentos mensais até a morte de um ou mais beneficiários indicados em contrato.
Caso o beneficiário venha a morrer antes do contratante e durante o período de recebimento do benefício, se extingue a reversibilidade.
Em uma caso como esse, o plano normalmente não permite a compensação ou devolução das quantias pagas.
Quando ocorre a morte do beneficiário depois que ele começa a receber a renda deixada pelo contratante falecido do plano, o benefício é extinto.
Renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido
Esse modelo garante o pagamento da renda até o dia da morte do contratante. Além disso, garante a continuidade dos pagamentos aos beneficiários por um período mínimo, mesmo após a morte do participante.
Portanto, o próprio solicitante do plano define o prazo mínimo. Este conta a partir do início do pagamento do benefício.
Caso o participante já esteja recebendo a renda e morra antes de terminar o período de prazo mínimo, o valor é pago ao seu beneficiário.
Além disso, no caso de vários beneficiários, cada um terá a parte da renda que o participante determinou em contrato até o final do período de pagamento.
Contudo, se o contratante morrer após o prazo mínimo garantido, se cancelará a renda automaticamente.
Ainda, não existe a possibilidade de indenização, devolução ou compensação dos valores aos beneficiários quanto à acumulação de reservas.
Se um beneficiário que esteja recebendo a renda morrer antes de completar o prazo mínimo garantido, destinará a renda que lhe caberia aos seus herdeiros legítimos.
Se o participante não tiver definido nenhum beneficiário, a renda será paga aos seus herdeiros legítimos, conforme a lei.
Nessa hipótese, se reserva a renda mensal durante o prazo mínimo de garantia, sofrendo correções pelo indicador financeiro do plano, até que se encontrem os sucessores.
Renda mensal vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores
Nesse caso, o participante tem acesso à renda vitalícia a partir da data que escolheu em contrato.
Se o solicitante morrer enquanto estiver recebendo a renda, seu cônjuge passará a ganhá-la até a sua morte.
Se este também vier a óbito, se paga um percentual da renda estabelecida temporariamente aos filhos menores até que se atinja a maioridade da regra do plano.
Já caso este morra antes do contratante, se transfere o benefício para os filhos ou outros beneficiários menores indicados.
Esses novos favorecidos só receberão a renda até que atinjam a maioridade estabelecida pelo plano.
Toda vez que um dos beneficiários menores de idade alcançar a maioridade do plano ou morrer, se realiza uma nova divisão da renda em partes iguais entre os menores restantes.
Além disso, caso o último menor morra durante o pagamento do benefício, seus herdeiros legítimos receberão a renda até a data em que o menor falecido completaria a maioridade.
Renda vitalícia mensal por prazo certo
Neste, o participante determina a renda que receberá no mês, mas o pagamento dela se limita aos meses previstos nas regras do plano.
Caso um participante morra durante o período de pagamento, se destina o benefício mensal aos beneficiários indicados em contrato, de acordo com o percentual previsto.
O recebimento da renda acaba quando encerrar o período de pagamento estipulado pelo participante.
Se o participante escolher mais de um beneficiário e um deles morrer, se destina parte da sua renda aos seus herdeiros legítimos, seguindo a lei.
Em casos em que o contratante não tenha escolhido os beneficiários ou caso eles morram, se reserva uma renda mensal até que se cumpra o tempo de pagamento definido no plano.
Além disso, durante esse prazo, se corrige o saldo pelo indicador que define a regra do plano até que se identifique os herdeiros legítimos.
Após isso, os sucessores receberão o saldo reservado e o benefício mensal, se o período de pagamento previsto em contrato ainda não tiver acabado.
Esse tipo de benefício costuma ser menor que a renda temporária. Isso porque se o participante morrer antes de receber todo o seu capital, a parcela restante vai para os seus beneficiários.
Assim, a empresa seguradora não poderá dividir o saldo restante entre os segurados.
Com diversas opções, deve-se analisar qual é o melhor plano de renda vitalícia para você. Por isso, se deve escolher bem a administradora.