O spread bancário é algo que afeta a dinâmica econômica de qualquer país. E normalmente os países tendem a manter esse valor baixo.
Entretanto, no Brasil, os spreads bancários são aproximadamente 5 vezes maiores que a média global. É muito importante, então, entender porque isso ocorre e como isso afeta a economia do país.
O que é spread bancário?
Antes de discutir seus efeitos no Brasil, é necessário entender o que é o Spread bancário. Os spreads são as diferenças entre o valor que o banco paga ao aplicador e quanto o banco cobra para conceder empréstimos.
Por exemplo, quando você aplica seu dinheiro em um título de renda fixa de determinado banco, ele pode pagar uma taxa de captação de 6% para o investidor. Por outro lado, se você procurar por um empréstimo pessoal, o mesmo banco pode cobrar uma taxa de juros de 20%.
Portanto, para calcular spread bancário, é necessário apenas estar atento a diferença entre os juros bancários cobrados a quem procura por empréstimos e os juros pagos a quem aplicou dinheiro no banco.
Essa diferença cobrada pelo banco, é usada para pagar o rendimento do investidor, arcar com os custos da instituição financeira e, claro, obter lucro.
Composição do spread bancário
Mas, para ficar mais claro o porquê que o spread bancário é tão alto, é necessário entender como ele é composto.
- Risco de inadimplência: esse custo é uma estimativa de quanto o banco deixaria de receber em função da falta de pagamento dos empréstimos por parte dos clientes;
- Margem Líquida: é a margem de lucro do banco;
- Impostos diretos: são a junção das despesas que o banco tem em relação ao imposto de renda;
- Depósito compulsório e encargos: gastos envolvidos a exigências do banco central e obrigações;
- Custos administrativos: são as despesas do banco em geral. Por exemplo, pagamento de salários, publicidade e propaganda, investimentos, etc.
Ou seja, é possível perceber que a “culpa” dos altos spreads bancários no Brasil é dos altos recebimentos esperados pelos bancos, mal pagamentos de dívidas por parte do consumidor, impostos altos e, também, alguns motivos que não fazem parte diretamente da composição do spread como:
- Taxa Selic: a taxa básica de juros influência diretamente a economia. Ela é responsável por aumentar a inadimplência e os custos de captação, por exemplo;
- Baixa concorrência entre os bancos: o mercado bancário é extremamente concentrado, permitindo que os poucos grandes bancos possam controlar os preços.
Consequências causadas pelos altos spreads bancários
As consequências dos altos spreads bancários afetam diretamente o consumidor e investidor brasileiro.
Primeiramente, ao solicitar empréstimos, principalmente quando se trata de cartões de créditos e cheque especial, o consumidor brasileiro precisa pagar altíssimas taxas de juros.
Já pelo lado do investidor, ao recorrer a investimentos de renda fixa, como o CDB de bancos, os rendimentos oferecidos são baixíssimos quando comparados aos juros cobrados nos empréstimos.
Por fim, para incentivar o consumidor, as taxas pagas pelo banco deveriam ser mais atrativas e os empréstimos mais baratos, reduzindo assim o spread bancário. Isso, poderá acontecer com a diluição do mercado bancário e um redução e controle das taxas de juros.