Quem investe no mercado acionário provavelmente já escutou termos bem específicos que podem parecer difíceis, mas não são. Esse pode ser seu caso com o Tag Along, por exemplo.
O Tag along tem como objetivo garantir mais segurança aos acionistas minoritários de uma empresa em caso de mudança no controle dela. Assim, ele serve como um mecanismo de proteção.
Além disso, o Tag Along permite aos investidores que possuem ações ordinárias saírem da sociedade caso o controle da companhia passe para outro investidor.
Tipo de ações do mercado acionário
Antes de entender mais a fundo sobre esse conceito, portanto, é interessante entender quais são os tipos de ações negociadas dentro da bolsa de valores.
Ações ordinárias
Em primeiro lugar, existem as ações ordinárias. As ações ON têm o número 3 no final do código da empresa. Esse tipo de ações dá aos acionistas direitos de participação na empresa.
Isso significar que ao investir em uma empresa na bolsa de valores, você tem também direito a voto durante as assembleias executivas dela.
Ações preferenciais
Já esse tipo de ação, também chamada de PN, se difere das ordinárias em relação ao Tag Along. Elas possuem o final 4 no código da empresa.
Nesse caso, o novo controlador de uma empresa não é obrigado a fazer uma OPA para comprar as ações preferenciais. Os acionistas preferenciais não têm essa proteção garantida por lei.
Por outro lado, a PN possui preferência no pagamento de dividendos e no reembolso de capital em caso de liquidação da empresa.
Units
Os Units são ativos compostos por um conjunto de ações ordinárias e preferenciais. Eles possuem final 11 no código da empresa.
Quem investe em Units adquire o direito ao voto em assembleias corporativas e tem preferência no recebimento dos dividendos ao mesmo tempo.
Esses benefícios variam de acordo com a parcela do ativo, ordinárias e preferenciais, dentro do conjunto.
Garantias do Tag Along
O Tag Along é previsto na Lei das empresas de Sociedade Anônima, que também se chama Lei das S.A. Em caso de venda da empresa, ela estabelece um Tag Along mínimo a ser pago ao investidor minoritário, que é de 80%.
Além disso, o novo controlador pode garantir 100% de Tag Along para os acionistas. O valor só não pode ser abaixo dos 80% previsto na lei.
Sendo assim, se uma companhia realiza uma venda de ações por R$ 100 cada, por exemplo, quem fosse assumir seu controle teria que oferecer, pelo menos, R$ 80 aos acionistas ordinários.
A proposta de compra deve ser feita através de uma Oferta Pública de Aquisição de ações (OPA) Entretanto, caberia aos acionistas minoritários aceitarem ou não a OPA.
Exemplos de Tag Along na Bolsa de Valores
O mercado acionário interpreta a operação com ações com Tag Along 100% como uma prática de governança corporativa mais eficaz.
Sendo assim, a maioria das empresas tradicionais da B3 são exemplos de ações com esse valor. No entanto, é importante ressaltar que várias empresas trabalham com ele em 80%.
Veja como operam algumas das empresas:
- Magazine Luiza: ON (MGLU3) = 100%;
- Vale: ON (VALE3) = 100%;
- Tupy: ON (TUPY3) = 100%;
- Weg: ON (WEGE3) = 100%;
- Itaú: ON (ITUB3) = 80%;
- Itaúsa: ON (ITASA3) = 80%.
Como analisar o Tag Along?
A melhor maneira de analisar esse fator é observar o percentual que ela opera tanto para ações ordinárias quanto para preferenciais.
O Tag Along ideal para um acionista é 100%. Isso porque ele garante uma proteção contra trocas de controle inesperadas completa ao investidor minoritário, deixando o acionista com a opção de vender todas as suas ações.
No entanto, como uma mudança no controle de uma empresa não é algo tão comum, principalmente as mais tradicionais, pode não ser preciso deixar de investir em companhias que o Tag Along é 80%.
Por essa razão, para o investidor, o Tag Along deve ser visto apenas mais um critério da análise da governança corporativa que ele precisa fazer.