Quando se fala de investimentos, é comum ouvir alguns comentários positivos e negativos sobre a Taxa de Administração cobrada pelas instituições.
Isso acontece, pois algumas aplicações financeiras e fundos de investimentos são diretamente relacionadas com a Taxa de Administração. Portanto, é importante entender qual a sua função.
O que é Taxa de Administração?
A Taxa de Administração é o valor pago à uma empresa responsável por operar alguma aplicação financeira. Ela é cobrada para custear a gestão e administração feitas no capital do cliente.
Quem não deseja pagar essa taxa, tem a opção de atuar sozinho no mundo dos investimentos, onde, exceto algumas taxas de corretagem, todos os lucros ou prejuízos são seus.
Mas se você não se considera pronto para isto, é preciso contar com uma operadora especializada, que cobra uma taxa pelo seu serviço.
Essa porcentagem costuma estar presente em diversos produtos financeiros, como:
- Aplicações de renda fixa;
- Consórcios;
- Fundos de investimento;
- Produtos administrados por instituições financeiras.
O valor cobrado costuma ser expresso em uma porcentagem anual. Assim, ele incide na quantia aplicada pelo investidor, aumentando proporcionalmente.
Para que serve a Taxa de Administração?
A Taxa de Administração representa uma remuneração para o prestador de serviços financeiros.
Neste percentual, estão inclusos o pagamento de:
- Operadores;
- Gestores;
- Administradores;
- Custódia;
- Auditoria;
- Serviços opcionais.
É válido lembrar que a Taxa de Administração é diferente da Taxa de Performance, cobrada em aplicações ativas, onde o foco é o melhor resultado financeiro possível para o capital disponível.
Nesse caso, por ser uma contratação opcional, que demanda o trabalho intenso de um gestor, ocorre um outro pagamento condicional.
Essa relação é chamada de benchmark, onde as duas partes acordam uma meta financeira, e todo o valor excedente tem a incidência da Taxa de Performance.
Como a Taxa de Administração é cobrada?
Apesar de ser anunciada em um valor anual, essa taxa é cobrada de forma mensal, tendo recolhimento feito pelo gestor da aplicação.
No caso dos investimentos líquidos, ela é descontada do capital depositado. Já no caso dos fundos de investimento, incide sob o valor das cotas de cada um dos investidores.
Qual a sua relação com Fundos de Investimento?
A Taxa de Administração é bastante relacionada aos fundos de investimentos. E, por conta disso, sempre é citada junto à eles.
No Brasil, os resultados desses fundos são apresentados já com o desconto desse valor administrativo.
Por isso, quando são apresentados os rendimentos de fundos, eles são líquidos, ou seja, já sem a incidência da taxa.
Esse fato faz com que os investidores precisem descontar apenas o Imposto de Renda para entender a valorização real do montante, quando necessário, é claro.
No entanto, quando observamos esse comportamento em fundos variáveis, essa taxação pode afetar o resultado exibido.
Nesses casos, torna-se preciso a análise do histórico de rentabilidade da aplicação.
Outras taxas que influenciam na hora de investir
Como já visto, o valor cobrado nas taxas varia de acordo com a operação e produto. Mas, além disso, outros encargos podem incidir ao lidar com corretoras (e outras instituições financeiras).
São elas:
Taxa de Performance
A taxa de performance é um percentual cobrado por um fundo de investimento pelo resultado superado da meta financeira definida junto ao investidor.
Ela é também conhecida como taxa de sucesso ou sucess fee, sendo um ótimo estímulo para que o gestor realize o melhor trabalho possível com o montante aplicado pelo seu cliente.
Ao contrário da taxa de administração, ela é opcional e condicional. Portanto, cada fundo pode decidir por cobrá-la ou não.
Taxa de corretagem
A taxa de corretagem é um valor cobrado como um tipo de comissão. Ou seja, são valores que estão atrelados as negociações de compra e venda.
Ou seja, uma taxa cobrada aos clientes por corretoras e bancos sobre operações que envolvem, geralmente, investimentos em renda variável.
Porém, a corretagem também pode ser cobrada em negociações de títulos, fundos, contratos futuros e outros ativos.
Taxa de custódia
A taxa de custódia é o valor mensal cobrado por corretoras para armazenar os títulos ou ações, de um cliente.
Esta taxa pode ser fixa ou percentual (e em alguns casos, híbrida) sobre o valor das ações (papéis) ou títulos guardados.
Tabela Bovespa
A tabela Bovespa é uma taxa cobrada para quem investe através da mesa de operações.
Ou seja, uma espécie de serviço em que o investidor contata algum operador (assessor ou atendente) da corretora em questão e pede para que ele execute suas ordens de compra e/ou venda.
Por envolver um serviço a parte, essa tabela é cobrada (a Bovespa indica 0,5% do montante investido), mas poderá variar de instituição para instituição.
Taxa de carregamento
A taxa de carregamento é um percentual cobrado em todo valor investido na previdência privada.
Claro, com algumas variações de acordo com a modalidade, seja mensal, no momento do investimento ou no saque.
ISS (Imposto sobre Serviços)
A corretagem em si é um tipo de serviço. Por isso, ela está sujeita ao ISS (a depender da regionalidade e da corretora).
Em São Paulo, por exemplo, o ISS (Imposto Sobre Serviços) é uma tarifa municipal cobrada sobre o valor taxa de corretagem, variando até 5% da mesma.
Contudo, se a taxa for zero, o valor pago para imposto também será zerado.
Emolumentos
As taxas chamadas de emolumentos são cobradas pelas corretoras e incidem sobre cada operação que o investidor fizer no mercado à vista.
O mercado à vista é caracterizado por negócios em que o comprador só recebe as ações compradas em D+3, ou seja, apenas no terceiro dia útil após a transação.
Os emolumentos variam de acordo com o montante negociado (em cada transação) e seu valor muda de instituição para instituição.
Assim como as taxas de corretagem, os emolumentos podem ser fixos ou variáveis.
Imposto de Renda
Ao realizar um investimento será preciso declarar o Imposto de Renda.
A não ser que seja uma aplicação referente a renda fixa e/ou fundos de investimento, pois esse importe é automaticamente recolhido.
Já para quem investe em ações ou ativos em renda variável será necessário fazer o recolhimento manual através da guia de arrecadação, conhecida como DARF.
Vale a pena escolher investimentos apenas pela Taxa de Administração?
Cobranças externas não devem ser o motivo exclusivo para a escolha de um investimento. Na verdade, o ponto mais importante a ser analisado é a rentabilidade líquida.
Além dela, existem também o perfil de risco da aplicação e prazo do investimento, bastante importantes na hora analisar um produto financeiro.
Inclusive, esse é um erro bastante comum a investidores iniciantes, que evitam investimentos com Imposto de Renda.
Seja com IR ou Taxa de Administração, o resultado do investimento pode ser positivo o suficiente para compensar essa cobrança. Tornando-se, assim, bastante vantajoso.