Muitos investidores deixam que a volatilidade dos seus investimentos influenciem as suas decisões relacionadas a compra e vendas de ativos.
Por isso, para quem investe ou está começando a investir, é essencial entender o que á volatilidade e como se comportar diante dela.
O que é a volatilidade?
Volatilidade, no mundo das finanças e dos investimentos, é uma medida de oscilações no preço de um ativo financeiro no curto prazo.
Alguns investimentos, em um mesmo dia, têm variações drásticas na sua cotação. Esses ativos são considerados mais voláteis.
Outros ativos, menos voláteis, são mais constantes, não possuindo tanta variação no preço no curto prazo.
Muitas pessoas que estão começando a investir podem não entender a diferença entre o conceito de volatilidade e rentabilidade.
Desta forma, é importante destacar a diferença ente cada um deles.
Diferença entre volatilidade e rentabilidade
A rentabilidade é o percentual de remuneração sobre o capital investido. Entretanto, essa rentabilidade não é constante ao longo do tempo.
A partir do desvio padrão da rentabilidade é determinada a volatilidade do ativo.
Ou seja, a volatilidade não é a mesma coisa que a rentabilidade, apesar de derivar dela.
É importante então destacar que os ativos mais voláteis não necessariamente serão os mais rentáveis.
A sua rentabilidade vai depender do momento em que você comprar e vender o seu ativo.
Ao mesmo tempo que os ativos voláteis podem apresentar maiores retornos de curto prazo, o risco de grandes prejuízos também é maior.
Quais são os investimentos mais voláteis?
Para a formação de uma carteira de investimentos, é importante possuir alguns investimentos mais voláteis e outros menos.
Por isso, é essencial que o investidor conheça os investimentos a partir de suas volatilidades.
Alguns, investimentos que podem ser considerados voláteis, são:
- Ações;
- Câmbio;
- Imóveis.
Ações
As ações são um dos investimentos mais voláteis, mas também são consideradas os investimentos com mais possibilidades de rentabilidade.
É importante destacar que mesmo entre as ações, é possível identificar alguma com altíssimo grau de volatilidade e outras com um baixo grau.
Para amenizar o risco relacionado a volatilidade, é interessante que o investidor diversifique sua carteira de ações, reduzindo também o risco relacionado ao setor econômico.
Câmbio
O câmbio é um dos mercados voláteis a ser levado em consideração.
As moedas, como o dólar, possuem alto grau de volatilidade, já que existe diversas influências econômicas acontecendo simultaneamente sobre o seu valor.
Dentro mercado cambial volátil, é preciso também levar em consideração as criptomoedas.
Quem acompanhou de perto o caso do Bitcoin, sabe que as moedas digitais oscilam bastante ao longo do tempo, superando até a maioria das ações.
Imóveis
O mercado imobiliário também está entre os mercados mais voláteis.
A precificação dos imóveis é definida a partir de várias variáveis financeiras e econômicas, o que torna o preço inconstante.
Dentro desta categoria de volatilidade, pode ser levado em consideração os fundos imobiliários, já que são compostos por ativos imobiliários.
Mas, se comparado as ações, câmbio ou apenas um imóvel, os fundos imobiliários são menos voláteis, já que são diversificados, possuindo diversos ativos na sua composição.
Para completar a carteira do investidor, é necessário que ele conheça também investimentos menos voláteis, por exemplo:
- Títulos pré-fixados e híbridos do tesouro;
- Demais títulos de renda fixa.
Títulos pré-fixados e híbridos do tesouro
Os títulos pré-fixados e híbridos do tesouro direto podem ser considerados poucos voláteis, mas possuem uma característica que aumentam as variações no seu valor.
Como esses títulos possuem marcação de mercado, definida a partir da taxa de juros, por exemplo, do período que eles foram comprados, os títulos estão sujeitos a valorização e desvalorização no curto prazo.
Por exemplo, quem possui um título do tesouro pre-fixado com o valor do juros 6,5%, ao haver a redução da Selic, esse título seria valorizado.
Essa característica diferencia esses investimentos das demais aplicações de renda fixa, tornando-os mais oscilantes.
Demais títulos de renda fixa
Os demais investimentos de renda fixa possuem ainda uma volatilidade menor.
Entre os investimentos de renda fixa menos voláteis, estão:
- Poupança;
- CDBs;
- Títulos do tesouro pós-fixados;
- LCI e LCA
Todos esses investimentos, além de garantir rentabilidade para o investidor, não apresentam nenhuma “surpresa” de curto prazo.
Devo apostar na volatilidade para lucrar com compra e venda de ativos?
Muitas pessoas entram na bolsa de valores e no mundo dos investimentos com a perspectiva de enriquecer rápido.
No contexto dos ativos com maior volatilidade, muitos investidores aproveitam estas condições para buscar ganhos de curto prazo.
Entretanto, a compra e venda de ativos voláteis no curto prazo possui um caráter altamente especulativo.
Muitas pessoas, adeptas ao day trade e/ou swing trade apostam justamente na volatilidade dos ativos para obter retornos.
Mas, sem dúvidas, essa não é a maneira mais segura e, talvez, lucrativa de se operar na bolsa de valores.
Uma pesquisa da FGV aponta que praticamente 90% das pessoas que tentam viver de day trade têm prejuízo de longo prazo.
Esse dado é alarmante e demonstra o quanto esse tipo de operação financeira possui riscos.
Devo ter ativos voláteis na minha carteira de investimentos?
Por outro lado, aliado a uma estratégia de formação de uma carteira de investimentos, pode ser muito interessante investir em ativos voláteis.
Mas, claro, é importante ter estratégias para reduzir os riscos da volatilidade e diminuir as possibilidades de perdas.
Para isso, é interessante destinar uma porcentagem da sua carteira para ativos com garantia de rentabilidade real, como o Tesouro IPCA+.
Já para a parte da sua carteira destinada para investimentos de renda variável, vale a pena alocar parte dos recursos em ações mais consolidadas, que pagam bons dividendos e fundos imobiliários.
Assim, você poderá aplicar parte dos recursos em ações mais voláteis e com grande capacidade de valorização, sem risco de corroer seu patrimônio.
Investir com consciência, analisando os fundamentos e o mercado no qual as empresas estão inseridas, é a melhor forma de garantir o sucesso de longo prazo para seus investimentos.
Por fim, vale lembrar que, conceitos como volatilidade, devem ser compreendidos e levados em consideração por parte do investidor na hora de formar a sua carteira de investimentos.